sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

A saga de Jair Bolsonaro, um farsante oportunista

Timeline de sua confusa carreira recente

Eduardo Bisotto

1999 - Em entrevista ao Estadão, o deputado conhecido por ser um defensor do Regime Militar diz que Chávez é uma grande esperança para a América Latina e o compara com Castelo Branco. Chávez já tinha fundado um Movimento REVOLUCIONÁRIO Bolivariano (em 1982) e tentado DOIS GOLPES DE ESTADO (em 1992).

2002 - No primeiro turno apoia Ciro Gomes, candidato do PPS (Partido Popular SOCIALISTA), em coligação com o PDT de Brizola e o PTB de Roberto Jefferson. No segundo turno vota em Lula. Ato contínuo, passa o período entre a eleição de Lula e a posse bajulando figuras como José Genoíno e Aldo Rebelo (então no PCdoB, o Partido COMUNISTA do Brasil) e tentando emplacá-los no Ministério da Defesa.

2003 - Fica alguns meses no PPB (partido em que estava desde 1995) e é parte da base do governo Lula. Depois migra para o PTB de Roberto Jefferson. Também da base do governo Lula.

2005 - Passagem relâmpago pelo oposicionista PFL.

2005 - Retorno ao PP (antigo PPB), ainda na base do governo Lula.

Disputa (e vence) as eleições de Deputado Federal pelo PP em 2006, 2010 e 2014. Sempre na base de apoio ao PT.

2014 - Aplica um migué meses antes da eleição de que será candidato a Presidente. Oferece-se como vice de Aécio Neves. Na Convenção do PP, nem inscreve sua candidatura. Na eleição, recebe uma doação da JBS, no valor de R$ 200 mil. Moralista que só, não aceita a doação, repassando o valor ao Partido. E o PP lhe faz, curiosamente, uma doação no exato valor de R$ 200 mil.

2016 - Migração para o PSC. Migração curiosamente acontece no ano em que finalmente o PT deixará o poder.

2016 - Filiado ao PSC, anuncia-se como pré-candidato à Presidência da República. PSC contrata assessoria de imagem e publicitários para tentar organizar a campanha.

2016 - Com o PSC tendo investido tempo e dinheiro em sua candidatura, Bolsonaro arruma uma encrenca homérica com o Presidente do partido, Pastor Everaldo, pretextando uma coligação entre o PSC e o PCdoB no Maranhão. Começa a armar o desembarque do PSC.

2017 - Depois de alguma negociação, acerta a ida para o nanico PEN (Partido Ecológico Nacional). O Partido, a seu pedido, muda de nome para Patriotas. Seus aliados assumem postos-chave na Executiva Nacional, assumem quase todos os Diretórios Estaduais e ele começa uma novela interminável para a filiação.

4 semanas atrás - Notícia no site do Patriotas. "Depois de muito namoro, Jair Bolsonaro assina filiação ao Patriota".

Anteontem - Bolsonaro quebra os pratos com o Presidente do Partido, Adilson Barroso. Exige o controle total do Fundo Partidário. Barroso nega. Bolsonaro decide que não é mais um Patriota.

Ontem - Bolsonaro pede uma reunião com Luciano Bivar, presidente do PSL/Livres, um dos partidos mais atacado por ele, seus filhos e seus militantes em redes sociais.

Ontem - Bolsonaro dá uma "entrevista" para o canal "Crítica Nacional", controlado por bolsominions, em que diz que a conversa foi linda, maravilhosa, perfeita e que ele vai pro PSL, mudando estatuto, diretório, executiva e finalmente tendo um partido para chamar de seu.

Hoje - PSL, em nota duríssima, chama Bolsonaro de autoritário e intolerante e desmente sua eventual filiação.

Pequeno detalhe: o filho do Presidente do PSL é Sergio Bivar. Sergio é uma das cabeças do Livres. Os canais oficiais do PSL já estão TODOS em nome dos Livres, que devem assumir o comando partidário em janeiro, em Convenção Extraordinária.

É... Não tá fácil a vida de quem defende Bolsonaro e seus Bolsoboys.


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