Timeline de sua confusa carreira recente
Eduardo Bisotto
1999 - Em entrevista ao Estadão, o deputado conhecido por
ser um defensor do Regime Militar diz que Chávez é uma grande esperança para a
América Latina e o compara com Castelo Branco. Chávez já tinha fundado um
Movimento REVOLUCIONÁRIO Bolivariano (em 1982) e tentado DOIS GOLPES DE ESTADO
(em 1992).
2002 - No primeiro turno apoia Ciro Gomes, candidato do PPS
(Partido Popular SOCIALISTA), em coligação com o PDT de Brizola e o PTB de
Roberto Jefferson. No segundo turno vota em Lula. Ato contínuo, passa o período
entre a eleição de Lula e a posse bajulando figuras como José Genoíno e Aldo
Rebelo (então no PCdoB, o Partido COMUNISTA do Brasil) e tentando emplacá-los
no Ministério da Defesa.
2003 - Fica alguns meses no PPB (partido em que estava desde
1995) e é parte da base do governo Lula. Depois migra para o PTB de Roberto
Jefferson. Também da base do governo Lula.
2005 - Passagem relâmpago pelo oposicionista PFL.
2005 - Retorno ao PP (antigo PPB), ainda na base do governo
Lula.
Disputa (e vence) as eleições de Deputado Federal pelo PP em
2006, 2010 e 2014. Sempre na base de apoio ao PT.
2014 - Aplica um migué meses antes da eleição de que será
candidato a Presidente. Oferece-se como vice de Aécio Neves. Na Convenção do
PP, nem inscreve sua candidatura. Na eleição, recebe uma doação da JBS, no
valor de R$ 200 mil. Moralista que só, não aceita a doação, repassando o valor
ao Partido. E o PP lhe faz, curiosamente, uma doação no exato valor de R$ 200
mil.
2016 - Migração para o PSC. Migração curiosamente acontece
no ano em que finalmente o PT deixará o poder.
2016 - Filiado ao PSC, anuncia-se como pré-candidato à
Presidência da República. PSC contrata assessoria de imagem e publicitários
para tentar organizar a campanha.
2016 - Com o PSC tendo investido tempo e dinheiro em sua
candidatura, Bolsonaro arruma uma encrenca homérica com o Presidente do
partido, Pastor Everaldo, pretextando uma coligação entre o PSC e o PCdoB no
Maranhão. Começa a armar o desembarque do PSC.
2017 - Depois de alguma negociação, acerta a ida para o
nanico PEN (Partido Ecológico Nacional). O Partido, a seu pedido, muda de nome
para Patriotas. Seus aliados assumem postos-chave na Executiva Nacional,
assumem quase todos os Diretórios Estaduais e ele começa uma novela
interminável para a filiação.
4 semanas atrás - Notícia no site do Patriotas. "Depois
de muito namoro, Jair Bolsonaro assina filiação ao Patriota".
Anteontem - Bolsonaro quebra os pratos com o Presidente do
Partido, Adilson Barroso. Exige o controle total do Fundo Partidário. Barroso
nega. Bolsonaro decide que não é mais um Patriota.
Ontem - Bolsonaro pede uma reunião com Luciano Bivar,
presidente do PSL/Livres, um dos partidos mais atacado por ele, seus filhos e
seus militantes em redes sociais.
Ontem - Bolsonaro dá uma "entrevista" para o canal
"Crítica Nacional", controlado por bolsominions, em que diz que a
conversa foi linda, maravilhosa, perfeita e que ele vai pro PSL, mudando
estatuto, diretório, executiva e finalmente tendo um partido para chamar de
seu.
Hoje - PSL, em nota duríssima, chama Bolsonaro de
autoritário e intolerante e desmente sua eventual filiação.
Pequeno detalhe: o filho do Presidente do PSL é Sergio
Bivar. Sergio é uma das cabeças do Livres. Os canais oficiais do PSL já estão
TODOS em nome dos Livres, que devem assumir o comando partidário em janeiro, em
Convenção Extraordinária.
É... Não tá fácil a vida de quem defende Bolsonaro e seus
Bolsoboys.
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