Carta aberta a Olavo de Carvalho, meu pai.
Estou escrevendo essa carta aberta por que você só sabe
ficar xingando daí dos Estados Unidos, já que nunca teve a decência de
enfrentar as pessoas cara a cara. E, quando digo enfrentar, é encarar que tudo
o que falo sobre sua vida é a mais pura verdade. Não adianta mais o seu hábito
de criar medo nas pessoas, o que fez com que seus filhos e esposas não abrissem
a boca nem mesmo para Deus. Sempre foi sua tática chamar os outros daquilo que
você é, e depois se sair de vítima quando é desmascarado ou ficar ironizando
como uma forma de mascarar a verdade.
Você não se lembra das inúmeras vezes em que você me pegou
para passar o final de semana com você, e você nem me respeitava, ficando na
sala ao lado enquanto eu dormia na sala do Bolla e era acordada no meio da
noite com os gemidos das suas farras?
Lembra-se de que, quando minha mãe, meus irmãos e eu fomos
despejados e passamos a morar em um quarto com banheiro nos fundos da sua
escola de astrologia, a Escola Júpiter, enquanto você fazia uma farra com a sua
segunda esposa, a Silvana, minha mãe tentou o suicídio e, se não fosse por mim,
ela teria morrido? Já se esqueceu também de que, quando eu fui morar com você e
a Silvana, meus irmãos foram morar com a nossa avó materna, mas você nunca foi
visitá-los?
Esqueceu que, quando fomos morar na casa perto do aeroporto,
você e sua esposa Silvana me largavam sozinha enquanto você ia dar aula de
astrologia, e que depois saíam para jantar fora e chegavam de madrugada
enquanto eu, com apenas 13 anos, ficava lá sozinha e sem comida?
Aliás, as suas casas, apesar de ter mais de uma esposa,
sempre foram imundas, e as suas esposas faziam questão de ficar a madrugada
toda acordadas, batendo papo furado com você, e depois dormiam o dia todo. A
sua mãe nunca ia visitá-lo, pois tinha nojo! E eu, quando morei com você,
acabei tendo de aprender todo o serviço de casa, já que nunca gostei de
sujeira.
E já que estou falando da sua mãe, lembra-se que ela morreu
recentemente sem ao menos receber um único telefonema seu enquanto estava
consciente, apesar de ter pedido tanto que você entrasse em contato? Essa minha
avó, com quem você tantas vezes brigou e deixava com enxaquecas, passando mal
por sua causa, sendo que quem estava ao lado dela, muitas dessas vezes, era eu.
E era eu também que, quando você foi internado na clínica
psiquiátrica, ia te visitar, apesar de você ter internado minha mãe em um
hospício por duas vezes só para que a sua vida ficasse mais fácil, já que assim
ela não podia cobrar nada de você.
Nós sempre vivemos contando com a ajuda de familiares.Ou se
esqueceu de que minha mãe deu a guarda judicial dos filhos para parentes, para
que assim nós pelo menos tivéssemos acesso a tratamento médico, já que você não
dava assistência aos próprios filhos?
Já esqueceu que nunca se preocupou nem com a escola dos
filhos, mas agora fica postando fotos dos diplomas da Leilah aí nos Estados
Unidos, sendo que as pessoas nem imaginam que ela só vai à faculdade porque,
depois de 12 anos que estão aí, ela ainda não conseguiu a cidadania e precisa
de vínculo com uma universidade para continuar no país?
Não se lembra mais de que nunca visitou a casa de um filho?
Hoje, para dar ares de “família margarina”, fica se fazendo de pai de família e
bom avô, mas as pessoas não sabem que, quando você surta, culpa a todos à sua
volta pelos seus erros com essa sua fúria histérica.
Lembra que, em um surto de loucura, colocou uma arma na
cabeça dos seus filhos?
E onde estava o pai da “família margarina” que, quando soube que eu tinha sido abusada sexualmente,
não fez absolutamente nada, e que há uns quatro meses ainda me culpou pelo
abuso? Acho que você esqueceu de que eu só tinha 9 anos.
Diante de tantos fatos ocorridos em nossas vidas, fatos
esses não só da vida familiar, mas também muitas coisas que eu vi você fazer
contra os seus amigos, eu agora percebo que você não mudou nada. Eu até cheguei
a acreditar que tinha mudado, mas, quando te liguei para defender o Daniel
Aragão e te contar sobre o caráter do Jossias Teófilo, você, a Leilah e a Roxane
começaram a xingar a mim e ao Daniel numa gritaria cheia de palavrões que mais
parecia um surto psicótico. Eu sei que, quando você surta, você fica
incontrolável. Eu já vi muitos desses surtos. Daí caí na realidade: você não
mudou nada!
Você fala que não sabia que o Tales é muçulmano, mas se
esqueceu que quem levou ele e a família toda para o islã foi você, e ainda
levou junto um secto de amigos, sendo que alguns deles ainda frequentam seu
meio social?
Na comunidade muçulmana que você criou em sua casa na Bela
Vista, todos te apoiavam e te seguiam incondicionalmente. Na época, eu não
sabia que aquilo era uma seita. Quando tudo explodiu, as pessoas te largaram,
muitas sumiram e algumas ficaram loucas. Como no caso da Liana, uma pessoa boa
que você usou, de quem você realmente pegou dinheiro indevidamente e que te
processou por isso. Ela só não ganhou porque estava perturbada demais para ser
sensata no processo, e você acabou beneficiado pelo “in dubio pro reo”.
Em relação a esse post:
Por que não se inspirou nele quando ele disse que eu
precisava ter uma vida normal de criança? Talvez por isso é que diga que ele
não fosse um exemplo para você.
Quanto a esse outro post:
Quando você ia “treinar” no Michel Weber, eu ficava andando
pelo estúdo dele e via coisas macabras, como quadros e objetos que pareciam
coisas satânicas. E tinha também aqueles cães sanguinários dele, que pareciam
ter parte com o demônio, e, no dia em que quase me atacaram, o Michel, em vez
de se preocupar comigo, ficou bravo com você por ter me deixado xeretando nas
“coisas” dele.
Então, quem aqui é grotesco, quem aqui sempre foi unido com
o macabro, quem aqui não é bondoso para com seus parentes e amigos, quem aqui
não teve talento, e eu estou falando em talento de fato, não o de criar um
secto de fanáticos e cegos, quem nunca teve coragem perante a vida, quem aqui
nunca trabalhou de verdade?
Você pouco sabe da minha vida, das pessoas que me cercam,
dos meus amigos, do meu trabalho... Então começa a criar vergonha na cara e
pare de dar indiretas (um hábito seu desde que eu me conheço por gente). Você
nunca teve coragem e decência para enfrentar a vida real.
Tudo o que escrevi é um recado para você: muda enquanto dá
tempo para você se transformar em um ser-humano decente. E não diga que eu me
uni ao diabo. Isso sempre foi um direito só seu! Eu não preciso me unir a
ninguém para falar e contar sobre você. E pode ter certeza de que lembro de
muito mais coisas.
E só não enxerga o que você está criando nas pessoas, usando
o nome de Deus, quem é cego, pois eu vejo claramente, como já vi em outras
épocas suas, um bando de pessoas insensatas, com ódio de tudo e de todos, que
caem cegamente na sua pregação, criando um exército de intolerantes com seus
semelhantes, e que, quando enxergarem, não vai ter psiquiatra e nem hospício
suficiente para todos.
Pai, você sabe que minha questão não é familiar como você
pinta, fazendo parecer somente uma fofoquinha. Eu só falo de fatos familiares
para que as pessoas enxerguem quem você é na vida real. Sinto muito que a sua
lavagem cerebral sobre as pessoas já tenha tomado essas proporções. Sim, isso
mesmo, lavagem cerebral com as técnicas que você domina tão bem, como as da
Programação Neurolinguística.
E quanto ao dente de leite que está sendo leiloado e você
diz não ser seu, foi a minha avó quem deixou para mim muito antes de morrer.
Mas você sabe muito bem que eu sempre fui o baú e memória viva da família.
Tanto dos fatos quanto dos objetos. Acredito que você nem sequer tenha uma foto
sua de criança, nem o peso de papel do seu pai, nem o seu álbum de bebê. Nenhum
de vocês tem nada, pois a única que sempre conviveu de perto com minha avó fui
eu. E você sabe bem disso.
Esse quadro, por exemplo, você tinha na parede da Escola
Júpiter, não é? Deu para a minha avó e hoje está comigo.
Essa foto, você tirou em Paris. Lembra-se de que você me deu
quando se mudou para os EUA?
Esse peso de papel do meu avô, seu pai, que você nem sabia
onde estava, está bem aqui na minha casa. E você já até postou sobre isso:
Então não diga que o dente de leite não é seu. Você sabe
muito bem que minha avó sempre me deu tudo o que ela guardava de você.
Mas, se mesmo assim, tiver dúvidas quanto ao dente ser seu,
eu posso mandar fazer um exame de DNA nele.
Mas você não vai querer passar pela vergonha de ser
desmentido novamente, vai?