Ao contrário de Carlos Newton, eu jamais vou ter vergonha de ser brasileiro, mas sim vergonha de ter gente dessa laia como compatriotas a me representar.
Com Eduardo Paes à frente da Olimpíada, dá até vergonha de
ser brasileiro - Carlos Newton
A vergonha é enorme. Primeiro foi Copa do Mundo, com o
Brasil imitando a África do Sul ao espalhar elefantes brancos pelo país,
apelidados de “arenas” e que hoje não servem para nada. A maioria dos
gigantescos estádios não tem mais serventia, está ao abandono, como acontece
com o histórico Maracanã, que não realiza mais partidas de futebol, embora
continue a ser procurado por turistas do mundo inteiro, que insistem em
considerar o Rio de Janeiro uma cidade maravilhosa.
Organizada pelo trio Lula da Silva, Sérgio Cabral e Eduardo
Paes (verdadeira formação de quadrilha), a Copa do Mundo foi apenas uma maneira
de facilitar o enriquecimento ilícito desse tipo de político, com
superfaturamento de obras suntuosas e inúteis, que jamais poderiam ter sido
consideradas prioritárias num país ainda subdesenvolvido como o Brasil.
Mas apenas a Copa não era o bastante para satisfazer esses
políticos roedores, eles tinham também de dar um jeito de realizar uma
Olimpíada, mesmo depois do fracasso financeiro de Atlanta, nos Estados Unidos,
de Barcelona, na Espanha, de Atenas, na Grécia, de Pequim, na China, de Sidney,
na Austrália, e de Londres, na Inglaterra, segundo uma análise implacável feita
pela Associação Internacional de Economistas e Esportes (IASE).
Olimpíada pode dar prestígio e até atrair turistas futuros,
mas não registra lucro. O resultado é sempre o mesmo: dívidas, estádios e
parques vazios, desilusão. Um estudo feito pela Monash University da Austrália
descobriu que não houve nenhum benefício tangível ou “impulso econômico” a partir dos Jogos
Olímpicos de Sidney.
Em todos os países, as autoridades se vangloriam dos lucros
e dos legados. Os ingleses gastaram 9
bilhões de libras, uns R$ 30 bilhões.
David Cameron, primeiro- ministro, anunciou um lucro final de “13
bilhões” de libras, algo como R$ 42 bilhões. Houve gargalhadas e deboche na
mídia. O respeitado The Guardian, mais importante jornal inglês, ridicularizou
as declarações sobre o falso lucro:
“Isso é lixo”.
Nem mesmo Barcelona serve de exemplo de suposto sucesso. Um
ano depois da Olimpíada, os hotéis tinham uma queda entre 50% e 80%. A
prosperidade da cidade, que veio depois, é atribuída aos vôos baratos e ao
posterior boom espanhol.
Por fim, o relatório da IASE sobre a Olimpíada de Atlanta
(EUA) poderia se aplicado ao Brasil: “Desvios de recursos escassos que poderiam
ter uso mais apropriado e produtivo no combate às lentas taxas de crescimento
econômico”.
Agora, vem aí a Olimpíada da Irresponsabilidade, a ser
vencida pelos políticos brasileiros, com Lula, Cabral e Paes subindo juntos ao
pódio. Antes mesmo da abertura, a vergonha já é imensa. Muitos atletas
estrangeiros se recusaram a vir, por causa das doenças transmissíveis. Além
disso, obras sendo acabadas às pressas, um governador incompetente que decreta
“calamidade pública” na cidade e provoca devolução de 50 mil ingressos, um
prefeito idiota que dá seguidas entrevistas à imprensa estrangeira falando mal
da cidade e dizendo que a Olimpíada foi uma “oportunidade perdida”. É
constrangedor.
Agora, as delegações estrangeiras estão chegando à Vila
Olímpica, que o eterno cartola Carlos Arthur Nuzman, enriquecido ilicitamente
por conta do esporte, classificou como “as melhores instalações da História das
Olimpíadas”. Mas não é verdade, era tudo conversa fiada, há problemas nas instalações
de gás, elétricas e hidráulicas, sem falar na sujeira ambiente, que surpreendeu
a delegação australiana, enquanto a Folha informava que delegações de outros
países tiveram a cautela de contratar operários para dar acabamento às obras de
suas instalações.
E o prefeito Eduardo Paes ainda tem coragem de abrir a boca
para fazer piadas e dizer que vai botar cangurus na Vila Olímpica para agradar
a delegação visitante…
É nessas horas que a gente até sente vergonha de ser
brasileiro. Se fosse no Japão, o prefeito se curvaria diante dos estrangeiros e
pediria desculpas por seus erros, antes de sair para praticar um ligeiro
haraquiri.
(argento) ... pipoca no notíciário que as construções para abrigar os atletas têm (todas) mil e um problemas elétricos, hidráulicos e de acabamento - bão, do "padrão" já estamos carecas de conhecer, é o velho "Padrão COHAB" ...
ResponderExcluirOs otimistas, como Raul Jugmann, ministro da defesa, diz que a expectativa é que nos cinco primeiros dias será o caos, depois normaliza. E complementou, vamos torcer para que seja assim.
ExcluirEssa é a Olim Piada do PT, tem que torcer para que o caos não dure mais que cinco dias.
Estou naquela do "se a curra é inevitável, relaxe e goze". Tomara que tudo dê certo.
ExcluirAgora, a sensação de segurança aqui no Rio é ótima. Há polícia e forças armadas por todo canto. É uma pena que não vá durar muito.