Luciano Coutinho mentiu ao depor no Congresso
Carlos Newton, da Tribuna da Internet
A jornalista Natuza Nery, que edita a coluna Painel da Folha
de S. Paulo, publicou recentemente que “investigadores do Ministério Público
Federal e técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) esquadrinham há meses
documentos do BNDES numa nova frente de apuração sobre as operações do banco
estatal”, O procedimento, em fase inicial, corre sob sigilo, segundo a
colunista, que assinala: “A ideia, nas palavras de um procurador, é fechar todo
o circuito e entender as consequências de decisões políticas para o BNDES”.
Estão em análise dezenas de contratos, incluindo créditos
para projetos no exterior e operações beneficiando empresas nas quais o banco
tem participação. “Chamado a colaborar com a apuração, o TCU começou a
solicitar documentos ao BNDES em 24 de maio. O banco, agora sob o comando de
Maria Silvia Bastos, tem facilitado o acesso ao material, segundo
investigadores. A expectativa é que termine de enviar as informações nos
próximos dias. A análise dos dados ainda não tem prazo para acabar”, revela Natuza
Nery.
Em tradução simultânea, pode-se dizer que, num país
minimamente sério, o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já teria sido
algemado e recolhido à carceragem da República de Curitiba, porque está mais do
que comprovada sua participação nos esquemas de favorecimento e corrupção que
envolveram o BNDES.
A audácia de Coutinho era tamanha que ele não teve dúvidas
em dar declarações mentirosas em depoimentos no Congresso Nacional. Todas as
vezes em que foi questionado sobre as operações do BNDES, Coutinho respondeu
que não poderia fornecer informações, devido a uma suposta proibição
determinada pela chamada Lei do Sigilo Bancário (Lei Complementar nº 105, de 10
de janeiro de 2001). E nenhum parlamentar contestou essas declarações
manipuladas de Luciano Coutinho.
O fato concreto é que nenhum dos parlamentares que
interrogaram o então presidente do BNDES se deu ao trabalho de conferir o que
realmente diz a Lei do Sigilo Bancário. Se algum deles tivesse feito isso,
saberia que existe uma importantíssima ressalva, em seu artigo 5º, parágrafo 3o
, que expressamente estabelece: “Não se incluem entre as informações de que
trata este artigo as operações financeiras efetuadas pelas administrações
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
E o BNDES justamente é o principal órgão da administração
indireta da União, com seu presidente nomeado pelo presidente da República.
Portanto, suas operações não podem estar sujeitas ao sigilo bancário, porque
envolvem recursos públicos, ou seja, do povo, já que em sua maioria o capital
do BNDES é proveniente do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Apelidado de “Cocheiro de Vampiro” pelos funcionários do
BNDES, devido a seu aspecto esquálido e mórbido, incapaz de um sorriso ou uma
gentileza, o economista Luciano Coutinho surpreendeu o Congresso pela audácia e
pelo desprezo à lei. Além de mentir descaradamente sobre as normas do sigilo
bancário, o então presidente do BNDES teve a desfaçatez de afirmar, perante uma
CPI na Câmara, que a obra do Porto de Mariel tinha garantia de pagamento
oferecida pela Odebrecht, mas na verdade isso jamais existiu. O financiamento é
(e era) garantido pelo governo de Cuba, que está tecnicamente falido e pretende
“pagá-lo” através de permuta com o Programa Mais Médicos.
Devido ao falso sigilo baixado por Luciano Coutinho, até
hoje não se têm informações precisas sobre o total do financiamento do BNDES a
Cuba, com inacreditáveis taxas de juros que variam entre 4,44% e 6,91% ao ano –
ou seja, sequer repõem a inflação, em negócio altamente oneroso para os cofres
públicos. Fala-se que Cuba levou US$ 682 milhões, mas quem pode garantir que o
valor seja realmente este?
Em janeiro de 2014, quando esteve em Havana para a cúpula da
Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a então presidente Dilma
Rousseff anunciou outra linha de crédito para Cuba, de US$ 290 milhões, para a
criação de uma zona industrial especial na região do Porto de Mariel.
Na lista de desembolsos do BNDES aparecem também projetos
para colheita mecanizada de açúcar, colheita de arroz, turismo, compra de
veículos e financiamento para indústria farmacêutica local. Sem falar nos US$
173 milhões para a Odebrecht reformar o Aeroporto de Havana e outros três no
interior do país. Quer dizer, realmente não é possível sabe o total de recursos
do BNDES repassados ao governo de Cuba.
É justamente por isso que podemos dizer, sem medo de errar:
se estivéssemos num país minimamente sério, o economista Luciano Coutinho já
teria sido algemado, pelo conjunto da obra, junto com os presidentes Lula da Silva e Dilma
Rousseff.
(argento) ... quando for aberta (se for) a caixa preta do BNDES, não vai sobrar pedra sobre pedra ...
ResponderExcluir(argento) ... Veja só a Isto é independente:
ResponderExcluirhttp://istoe.com.br/o-esquema-de-lula-no-bndes/