A Justiça do Brasil é um caso sério mesmo. Especializou-se
em tirar o sofá da sala, como naquela velha piada do português que pegou a
filha transando com o namorado em cima de um.
Neste caso, uma das desculpas é que a superlotação aumenta a
tensão nos presídios, o que quer dizer que nos presídios não pode haver tensão,
mas nas ruas pode, com mil marginais a mais soltos por aí.
Quiuspariu!
O Globo
A Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio está realizando um
mutirão para libertar, até o fim do mês, cerca de mil presos. Segundo o juiz
Eduardo Oberg, titular da VEP, o objetivo é reduzir o número de internos nas
duas maiores penitenciárias do estado, que estão com mais que o dobro de sua
capacidade: a Vicente Piragibe e a Plácido de Sá Carvalho, ambas dentro do
Complexo de Gericinó. Ainda de acordo com Oberg, o pedido foi da Defensoria
Pública do Rio e teve o aval do Ministério Público.
- São presos que já tiveram o requisito temporal
implementado, ou seja, que têm o requisito objetivo para poder progredir de
regime. Aqueles que estão no regime semiaberto e poderão ir para o aberto, para
a prisão domiciliar, para o livramento condicional. Ou aqueles que podem
receber indulto e, no caso do término da pena, que eu não posso manter presos
em hipótese alguma - explicou Oberg.
Segundo o juiz, só serão beneficiados detentos considerados
sem periculosidade e após manifestação do Ministério Público.
- Além de o preso atender ao quesito objetivo, que é ter o
direito ao benefício, o juiz analisa se ele atende ao quesito subjetivo, ou
seja, se tem periculosidade. Se ele não é perigoso, então tem direito à
liberdade. Seria inconstitucional manter na prisão uma pessoa que pode ir para
a rua, isso contraria a Lei de Execução Penal. Nós temos que trabalhar com o
sistema de freios e contrapesos. O preso perigoso, que é líder de facção, deve
ir para fora do estado, ficar no isolamento. Mas, se eu mantiver preso aquele
que já pode ser solto, estarei aumentando a possibilidade de uma rebelião, deixando
a cadeia num estado de tensão enorme - afirmou Oberg.
O juiz frisou que, além de a liberdade provisória ser um
direito do preso, o sistema penitenciário do Rio está com problemas graves de
superlotação:
- A capacidade é para 27 mil presos e, no entanto, há 50
mil. Por isso, o mutirão está começando nos dois maiores presídios. Também
vamos fazer na Casa do Albergado. Estamos trabalhando para libertar entre 70 e
90 presos por dia. Para alcançar os mil, vamos trabalhar todos os dias,
incluindo os fins de semana, até o fim do mês - disse o magistrado.
Ele lembrou que a libertação de presos é papel da Vara de
Execuções Penais.
- Não soltar é exceção. A regra é que, se o quesito
subjetivo também permitir, o preso receba o benefício antes do fim da pena.
De acordo com o juiz, como a estrutura da VEP é menor do que
a necessária para atender à demanda, muitos presos que já teriam o direito à
liberdade continuam na cadeia, aumentando ainda mais a tensão nos presídios.
- Em razão da penúria do estado, perdemos 60 servidores que
trabalhavam duas horas além do seu horário para agilizar os processos - disse. -
Por isso, estamos fazendo o mutirão.
É patético, se os presos atendem os requisitos para progredirem de pena, não precisa fazer mutirão, é só cumprir o dever diário. Ou estou errado?
ResponderExcluirEssa sim merece destaque:
ResponderExcluirhttp://www.oantagonista.com/posts/terrorismo-por-terrorismo
O secretário de segurança do RJ quer manter até depois das eleições municipais, os homens das FFAA convocados para a Olimpíada. Como se os candidatos da última eleição estadual não tivesse sido um terror.