O pessoal que não costuma ser assíduo em política continua
espantadíssimo com a quantidade de abobrinhas proferidas pelas “Vossas
Excelências” quando da votação do impeachment da Dilma. Mas tem um pouco de
exagero nisso aí quando o espanto, os comentários e as críticas vêm de
jornalistas e articulistas políticos.
Zuenir Ventura, por exemplo, hoje mesmo comenta o fato: “Muitos,
como eu, ainda estão curando a ressaca do último domingo, não por causa dos
votos, mas pelos discursos que em geral acompanhavam o ‘sim’ e o ‘não’,
compondo o retrato falado do Brasil, ou de como seus representantes na Câmara
pensam e se expressam verbalmente. (...) Não agrediram apenas a língua, mas
também os bons modos, a civilidade e a ética.”
Ora, esse é o nível dos políticos que eu estou habituado a
ver desde que eu me entendo por gente, variando muito pouco, para mais ou para menos,
durante esse tempo todo. A partir de uns dez anos, então, não há desculpas para
o espanto, já que barbaridades são ditas todo santo dia, aos milhares e transmitidas
ao vivo das casas plenárias.
Não lembrar da votação do impeachment do Collor, com os
deputados de então fazendo exatamente a mesma coisa que fizeram os de hoje, é
fingir uma amnésia que não se justifica, já que o estoque de asneiras e
impropérios é renovado praticamente todos os dias.
Com tanto assunto para comentar será que é necessário que os
colunistas continuem insistindo nesse remerreme?
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