Políticos querem censurar a internet no Brasil com a
desculpa de combater o “cibercrime”
ITS Rio
Preste atenção no que acabou de acontecer: o Congresso
Nacional acabou de divulgar o relatório final da CPI dos Crimes Cibernéticos. O
relatório propõe a criação de 8 projetos de lei para controlar a internet.
Esses projetos são bombásticos: eles atacam diretamente direitos fundamentais,
como a liberdade de expressão, o direito à privacidade e mutilam as partes mais
importantes do Marco Civil da Internet, justamente aquelas que protegem os
internautas contra a vigilância e a censura.
Dentre as propostas que estão previstas no relatório final
da CPI dos Cibercrimes estão:
a) Transformar as redes sociais em órgãos de censura para
proteger a honra de políticos. Se alguém falar mal de um político em uma rede
social, a rede social será obrigada a remover o conteúdo em no máximo 48 horas.
Se não remover, a empresa será co-responsabilizada por aquele conteúdo e terá
de indenizar o político ofendido. Em outras palavras, as redes sociais se
tornarão agentes de vigilância e censura permanentes dos seus usuários.
b) Mandar para a cadeia por 2 anos quem simplesmente violar
os “termos de uso” de um site. Entrou em um site ou aplicativo e desrespeitou
alguma cláusula daquele documento enorme que todo mundo clica sem sequer ter
lido: cadeia para você por 2 anos.
c) Desviar 10% dos arrecadados pelo Fistel, que têm por
objetivo melhorar a qualidade das telecomunicações no Brasil, para financiar a
polícia. As telecomunicações que já são caras e precárias no Brasil ficarão
ainda piores. O recurso que é arrecadado para fiscalizar a qualidade do acesso
à internet, telefonia e outro serviços será desviado para financiar a polícia.
É claro que esse financiamento é importante. Mas para isso já pagamos nossos
impostos. Não precisa desviar recursos essenciais para isso.
d) Atribuir competência à Polícia Federal para qualquer
crime praticado usando um computador ou celular. Em outras palavras, o garoto
ou a garota que baixar uma música da internet poderá receber a visita do
japonês da federal. Alguém que escrever algo considerado “difamatório” ou
“injurioso” contra um político nas redes sociais poderá ter de se explicar à
Polícia Federal. Em outras palavras, vários milhões de brasileiros que fazem
essas atividades todos os dias poderão ser vigiados e até mesmo presos pela
Polícia Federal sob suspeita de de terem cometido “crimes mediante uso de
computador”, mesmo que sejam crimes de baixo potencial ofensivo.
e) Obrigar os provedores de internet a revelarem
automaticamente quem está por trás de cada endereço de IP na rede, informando
para a polícia o nome, filiação e endereço domiciliar da pessoa, sem a
necessidade de ordem judicial prévia. Em outras palavras, todos serão
presumidamente “culpados” na internet brasileira e poderão ser constantemente
vigiados. Se falou mal de um político na internet, na hora será possível saber
a sua identidade e a Polícia Federal poderá ser acionada contra você.
f) Estabelecer a censura pura e simples na internet. O
projeto de lei altera o Marco Civil, que proíbe a censura, criando um novo
artigo que permitirá “determinar aos provedores de conexão bloqueio ao acesso a
a aplicações de internet por parte dos usuários” para “coibir serviços que
sejam considerados ilegais”. Em outras palavras: qualquer site poderá ser
derrubado da internet brasileira. Lembra do bloqueio do WhatsApp? Isso será
fichinha perto do que irá acontecer. Qualquer aplicativo, site ou serviço
poderá ser bloqueado e censurado diretamente pelos provedores de internet e os
brasileiros ficarão privados de acessá-lo sem qualquer defesa, afetando a vida
de milhões de pessoas.
O relatório da CPI que propõe essas mudanças abre com a
assinatura do deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara. A CPI foi
presidida pela Deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO) e o texto preparado pelo
deputado Espiridião Amim (PP-SC) e pelos deputados Sandro Alex (PSD-PR), Rafael
Motta (PSB-RN), Daniel Coelho (PSDB-PE) e Rodrigo Martins (PSB-PI).
O que mais pasma nesse relatório da CPI dos cibercrimes é
como a internet é vista apenas como se fosse um “antro de perdição” e não como
uma fonte de empregos, de inovação, de desenvolvimento, ou um instrumento
essencial para o futuro do Brasil.
Em outras palavras, estão criminalizando a internet e
colocando a rede sob o controle estrito do Estado. Esse é o mesmo caminho
trilhado por países como a Arábia Saudita, Irã, Turquia, Coreia do Norte e
Rússia.
É uma lástima que o Brasil, nesse momento em que a liberdade
de expressão e a internet são ferramentas essenciais, tenha sua internet
ameaçada por iniciativa da CPI dos cibercrimes. É claro que o crime na internet
precisa ser combatido. Mas isso deve ser feito respeitando-se direitos
fundamentais. O que estamos assistindo agora não é uma tentativa de se combater
os cibercrimes, mas sim uma tentativa de controlar a internet, que tanto tem
incomodado os políticos corruptos no Brasil.
Se você não quer a que internet seja censurada, compartilhe
essas informações e manifeste-se contra a CPI dos Cibercrimes e os oito
projetos de lei que ela propõe para controlar a internet. Censura nunca mais.
(argento) ... é, parece que a maioria ainda não entendeu que há uma Intenção Criminosa por trás das "leis" que Criam Crimes "de Intenção" - o Estatuto do Desarmamento é um exemplo Clássico, a "lei" das Facas, outro; bão, a "CPI" dos crimes cibernéticos e um pouco mais sutil (sorrateiro), enquadra-se nas Mesmas Intenções Criminosas que Norteiam a nossa PoliTiCanalha ...
ResponderExcluir... ontem fui ao supermercado e, como não produzo álcool, só encontrei Água com 50% de álcool, a preço de álcool 96 INPM ...
(argento) ... domingo fui à missa na igreja da matriz; do meu lado um cara acendeu um cigarro, ... levei um susto tão grande que quase derramei a cerveja ...
ResponderExcluirQue desperdício seria!
ExcluirGostei e já me apossei!
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