Quem simpatiza com esse velho tupamaro babaca e populista é
bom que leia essa matéria. Pau que nasce torto morre torto.
O Globo
Há uma semana, diante de uma plateia de produtores de leite
de Puerto Varas, no Sul do Chile, o ex-presidente do Uruguai, José Mujica,
assegurou que “pelo fato de ter sido presidente de uma Nação e continuar
vivendo como um homem do povo” as pessoas achavam que ele era fenômeno. O atual
senador e homem forte da governista Frente Ampla foi aplaudido euforicamente,
como cada vez que se apresenta em palcos estrangeiros e é elogiado por seu
perfil austero e pelas conquistas sociais de vanguarda — como as leis de
legalização da maconha, aborto e casamento gay. Dentro do Uruguai, porém, as
opiniões e sentimentos em relação a Mujica, principalmente à sua gestão como
presidente entre 2010 e 2015, são cada vez mais negativas. E o governo do
ex-presidente está na mira da Justiça por uma denúncia penal apresentada
recentemente pelos três principais partidos de oposição, sobre supostas
irregularidades na companhia petrolífera estatal Ancap e poderia enfrentar,
ainda, uma ofensiva para abertura de uma comissão de investigação no Congresso
sobre negócios fechados com a Venezuela durante seu mandato.
A denúncia contra a Ancap, que também envolve o primeiro
governo do presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), é um fato inédito no Uruguai
e chegou ao Juizado do Crime Organizado poucos meses depois de o Parlamento ter
aprovado, por lei, uma capitalização de US$ 800 milhões para a maior empresa do
país, que tem o monopólio do mercado de combustíveis. Na opinião de economistas
e analistas locais ouvidos pelo GLOBO, a acusação de má administração é
delicada e o rombo financeiro deixado por Mujica a seu sucessor poderia superar
US$ 1 bilhão.
Os erros cometidos pelo ex-presidente da Ancap, o atual
vice-presidente Raúl Fernando Sendic — filho do líder tupamaro Raúl Sendic —
tiveram consequências graves para os uruguaios, entre elas, a de pagar uma das
gasolinas mais caras do mundo (US$ 1,5 por litro). Mais uma razão que alimenta
as críticas ao governo Mujica, em momentos de paralisia econômica. Pesquisa da
empresa de consultoria Factum mostrou, este ano, que 72% dos uruguaios
desaprovam a gestão de Sendic na companhia estatal.
— A Justiça determinará se foram cometidos delitos ou não,
mas a magnitude da capitalização representa 2% do nosso PIB. Paralelamente,
através do preço da gasolina, todos nós, uruguaios, colaboramos com a
recuperação financeira da empresa — afirmou o economista Ignacio Munyo, que
dedicou os últimos anos a estudar o funcionamento das companhias estatais
uruguaias.
Poucas reformas na área de educação
Para ele, em termos de proporção do PIB, o escândalo da
Ancap é pior que o da Petrobras.
— Essa crise, consequência dos resultados ruins que todas as
empresas estatais tiveram durante o governo Mujica, afeta toda nossa economia.
Gabriel Oddone, da consultora CPA Ferrere, diz que, em
momentos de forte expansão da economia, Mujica não fez as reformas esperadas,
como na educação, e deixou um déficit fiscal recorde, de 3,5% do PIB.
— Foi um governo bagunçado nas finanças.
Na opinião de Munyo, uma das falhas foi deixar que a Ancap,
controlada na época pela ala mais radical da Frente Ampla, adotasse decisões
sobre investimentos, sem consultar o Ministério da Economia, gerenciado pelo
setor mais moderado.
A denúncia penal inclui mais de 50 pessoas, entre
funcionários e sócios externos. Mas a figura chave é, sem dúvida, Sendic,
apontado muitas vezes como eventual sucessor de Mujica. Os escândalos na
companhia estatal praticamente derrubaram qualquer possibilidade de lançar uma
candidatura presidencial no futuro, o que coloca a Frente Ampla numa situação
difícil, já que o partido, fundado em 1971, não construiu novas lideranças.
— Em nossa denúncia mencionamos, um por um, os erros de
gestão e as normas que foram violadas. Temos a suspeita de que foram cometidos
delitos. A Ancap perdeu muito dinheiro pagando sobrepreços e dando concessões
sem licitação prévia, até mesmo a empresas brasileiras, entre elas a Eletrobras
— apontou o senador opositor Alvaro Delgado, que diz que a Justiça poderia
solicitar o depoimento de representantes de empresas brasileiras que fizeram
negócios com a Ancap. — Pedimos a intimação de representantes da Eletrobras.
O documento cita investimentos que teriam sido
superfaturados, irregularidades na distribuição de publicidade da empresa e
obras mal acabadas. Para Delgado, o governo Mujica desperdiçou oportunidades,
num momento de forte crescimento (média de 5%). Já o deputado da Frente Ampla
Gonzalo Mujica, que se distanciou do ex-presidente nos últimos tempos,
reconhece que “foram cometidos erros importantes”, mas elogia o governo:
— Foram aprovadas leis históricas sobre liberdades públicas.
Mas nem mesmo integrantes do partido negam o atual clima de
insatisfação em relação à gestão.
— À medida em que vão aparecendo problemas como esse, a
imagem de Mujica fica mais deteriorada. Acho que as suspeitas sobre a Venezuela
são ainda mais complicadas.
Esses bandidos não se contentam em roubar as galinhas, precisam destruir o galinheiro para satisfazerem seus desejos mais inescrupulosos.
ResponderExcluirSó acreditou nesse mequetrefe quem é idiota, Milton.
ResponderExcluirEstranho esse ataque midiático a toda a esquerda na America Latina. Ninguem percebe?
ResponderExcluirEstranho tantas provas e depoimentos contrários à esquerda na América Latina e os esquerdistas continuarem com falta de humildade: não assumem seus erros!
ResponderExcluirNão levem a mal não, mas Mujica foi um ótimo presidente, modelo mesmo para a maioria dos presidentes. Há muito tempo que o Uruguai é um modelo de nação. Inclusive, estive lá durante o mandato do Mujica. Todos só falavam bem dele.
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