terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Olavo e Reinaldo já se estranham por Bolsonaro faz tempo - vejam a postagem no TMU de dezembro de 2014

Eu tinha esquecido, mas os egos dos dois já tinham se estranhado há mais de um ano!

Publiquei aqui em um sábado, 20 de dezembro de 2014 “Olavo de Carvalho versus Reinaldo Azevedo e a discórdia sobre Bolsonaro”, que reproduzo agora.

Reinaldo Azevedo: Bolsonassauro

A estupidez disparada pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) não deixa margem a interpretações alternativas. Se ele diz a uma desafeta que não vai estuprá-la porque ela não merece, deve-se concluir o óbvio: segundo ele, algumas mulheres merecem o estupro, em particular aquelas que ele admira. “Ah, ela atacou primeiro!” E daí? Não dá! Eu estou pouco me lixando para o que ele pensa sobre o governo Dilma ou para o combate que dá ao PT e às esquerdas. Nem toda forma de enfrentar essa gente é civilizada. Defendi no meu blog, hospedado na Veja.com, e no programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, que, caso ele não a retire, tenha o mandato cassado. Reitero aqui.

Isso me rendeu o ódio dos seus admiradores (sei como lidar com “haters”), que fizeram uma petição pedindo à “Veja” a minha cabeça, acusando-me ainda de fazer charminho para as esquerdas. Vai ver faço esse charminho ao chamar a Comissão Nacional da Verdade de “farsa” e ao publicar os nomes das vítimas dos terroristas de esquerda (is.gd/6rkxTm). As opiniões de Bolsonaro não são “de direita”; são é grotescamente desinformadas. Há sempre mercado para a estridência oca e meio circense. Essa mistura de Tiririca com vivandeira não atrai a simpatia nem dos militares.

Bolsonaro serve é como um bom espantalho a esquerdistas os mais variados, inclusive do colunismo, que fingem ver ameaça da extrema direita até nos seus próprios exercícios manuais. Sem contar que o deputado ainda acabará fazendo de Maria do Rosário ministra - o que, convenham, caracterizaria um atentado à inteligência e, pois, a um direito humano.


Olavo de Carvalho: Temporada de Caça

Está aberta a temporada de caça ao deputado Jair Bolsonaro. Na verdade, sempre esteve, não sendo essa portanto a razão pela qual volto ao assunto. A razão é que agora os tiros vêm da mais inesperada das direções: a coluna do Reinaldo Azevedo. E vêm com aquela persistência inflexível do atirador que não aceita como troféu senão a completa destruição do alvo ou, na mais branda das hipóteses, a sua definitiva humilhação pública.

Numa de suas últimas postagens, o colunista da Veja firmou sua posição: ou o sr. Bolsonaro pede desculpas à sua colega Maria do Rosário, ou merece ter seu mandato cassado. Cassar o mandato de Maria do Rosário? Nem pensar.

Já disse, e reafirmo, que sou amigo do Reinaldo Azevedo e não deixarei de sê-lo por causa de uma opinião errada, depois de tantas certas e valiosas que ele já publicou. Mas esta de agora é tão errada, tão absurda, tão indefensável, que eu falharia ao meu dever de amizade se não alertasse o colunista para a injustiça que comete e o vexame a que se expõe.

Que a resposta do sr. Bolsonaro à sra. Maria do Rosário foi “uma boçalidade”, como a qualifica Reinaldo Azevedo, é certo e ninguém duvida. Mas o sr. Bolsonaro a pronunciou em resposta, não a “outra boçalidade”, como pretende Azevedo, e sim a uma falsa imputação de crime, que é por sua vez um crime. Reinaldo Azevedo exige que a boçalidade seja punida e o crime fique impune.

Como todo debatedor teimoso que se empenha na defesa do indefensável, Reinaldo se vê forçado a apelar a expedientes argumentativos notavelmente capciosos que, em situações normais, ele desprezaria.

Um deles é proclamar que a resposta do sr. Bolsonaro a Maria do Rosário transforma o estupro em uma “questão de mérito”. Quer dizer, pergunta Reinaldo, que, se Maria do Rosário merecesse, Bolsonaro a estupraria? Isso é deformar as palavras do acusado para lhe imputar uma intenção criminosa. Na verdade, Bolsonaro disse: “Se eu fosse um estuprador...” O restante da frase, portanto, baseia-se na premissa de que ele não o é, e só pode ser compreendido assim. Reinaldo parte da premissa inversa para dar a impressão de que o deputado fez a apologia do estupro. Com isso, ele endossa o insulto lançado pela deputada Maria do Rosário e usa essa premissa caluniosa como prova de si mesma. Raciocinar tão mal não é hábito de Reinaldo Azevedo, mas, como se sabe, o ódio político move montanhas: montanhas de neurônios para o lixo.

Pior ainda: tendo recebido centenas de objeções sensatas e racionais na área de comentários do seu artigo – inclusive as minhas -, ele não responde a nenhuma, mas tenta dar a impressão de que toda a oposição à sua versão dos fatos vem de “seguidores de Bolsonaro”, exemplificados tipicamente nos signatários de uma petição raivosa que exige a demissão do colunista de Veja. Fui ver a petição, e sabem quantos signatários tinha? Sete e não mais de sete (talvez agora tenha oito ou nove). Ao fazer desses sete os representantes da maioria que não pedia cabeça nenhuma, Reinaldo procedeu exatamente como os repórteres pró-petistas que, na massa de dezenas de milhares de manifestantes anti-Dilma, pinçaram cinco ou seis gatos pingados adeptos da “intervenção militar” para criar a impressão de que a manifestação era essencialmente golpista.

6 comentários:

  1. Ricardo, desculpe-me por apresentar comentário fora do tema, mas leia a postagem do UOL sobre economia, e depois me responda: alguma dessas perguntas fariam você comprar alguma coisa?

    http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/2016/01/12/autor-de-livro-lista-6-perguntas-que-ajudam-a-vender-mais.htm

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O que me preocupa é que isso corre o risco de ser usado por vendedores, que ficarão ofendidos se você não comprar, ou, se der uma resposta como eu pretendo dar.

      Excluir
    2. 1. "O que eu posso fazer para você comprar, sem reduzir ainda mais o preço?"
      R: Pagando você mesmo uma parte.

      2. "O conforto e a segurança da sua família têm preço? Vale a pena procurar o produto mais barato ou o nosso, que seu amigo indicou?"
      R: Vale a pena procurar outro amigo.
      3. "Agradeço a sua visita em nossa loja, mas, antes de ir embora, gostaria de entender: onde falhei para você sair sem comprar o produto de que tanto gostou?"
      R: Você falhou em não mostrar as opções que as outras lojas oferecem.
      4. "Do que você precisa para realizar o sonho de comprar este produto?"
      R: De dinheiro.
      5. "Percebi que você é uma pessoa de decisão. Alguma vez você já perdeu uma oportunidade como esta?"
      R; Não, eu sempre mantive minhas decisões.
      6. "Os dois produtos de que você gostou são maravilhosos. Como posso ajudá-lo a levar ambos agora e não apenas um?"
      R; Pagando o segundo produto.

      Excluir
    3. Milton, isso me faz lembrar da piada do melhor vendedor do mundo:

      O sujeito saiu de uma dessas lojas de departamentos comuns nos Estados Unidos tendo comprado uma potente lancha de 30 pés e várias outras coisas. Logo após, o vendedor, rindo de orelha a orelha, foi abordado pelo gerente que, empolgado, perguntou como havia sido o encaminhamento da venda.

      - Bom - respondeu o vendedor - primeiro, eu ofereci a ele um caniço de pesca, no que ele aceitou. Depois, argumentei que um caniço daqueles sem um molinete de responsa e linhas de náilon da melhor qualidade não ia adiantar nada. E ele comprou. Depois falei que sem iscas para os peixes a pescaria ia dar em nada. E ele comprou um monte de latas da nossa melhor isca. Em seguida ofereci a ele um bote inflável, sob o pretexto de que, com aquele equipamento e as iscas, ele estaria habilitado a pescar peixes grandes, que só dão em mar aberto. E ele comprou e eu argumentei mais uma vez que se ele queria mesmo pegar peixes grandes, o bote não iria dar conta e só serviria como reboque-emergência de uma lancha de 30 pés. E ele comprou.

      Encantado, o gerente perguntou:

      - Mas o que foi que ele veio procurar aqui para comprar que iniciou essa sua venda prodigiosa?

      - Um pacote de Modess para a mulher dele - respondeu o vendedor.

      - Sim, e daí?

      - Aí eu disse para ele: Já pensou que fim-de-semana horrível o senhor vai ter?...

      Excluir
    4. Se o vendedor tivesse usado as perguntas do UOL não teria vendido nem o Modess.

      Excluir