Estadão
O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor
Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou que a venda da empresa
petrolífera Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo Fernando Henrique
Cardoso (1995-2003) de US$ 100 milhões. As informações constam de documento
apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo
no Senado.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que
declarações ‘vagas como essa, que se referem genericamente a um período no qual
eu era presidente e a um ex-presidente da Petrobrás já falecido (Francisco
Gros), sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não
trazem elementos que permitam verificação’.
O papel apreendido é parte do resumo das informações que
Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de
delação premiada. O documento foi apreendido no dia 25 de novembro, quando
Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O
senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.
Neste documento, o ex-diretor não explica para quem teria
ido a suposta propina ou quem teria feito o pagamento. Cerveró citou o nome
‘Oscar Vicente’, que seria ligado ao ex-presidente argentino Carlos Menem
(1989-1999).
“A venda da Pérez Companc envolveu uma propina ao Governo
FHC de US$ 100 milhões, conforme informações dos diretores da Pérez Companc e
de Oscar Vicente, principal operador de Menem e, durante os primeiros anos de
nossa gestão, permaneceu como diretor da Petrobrás na Argentina”, relatou
Cerveró.
Em outubro de 2002, a Petrobrás comprou 58,62% das ações da
Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. Na época, a Pecom, como é
conhecida, era a maior empresa petrolífera independente da América Latina. A
Petrobrás, então sob o comando do presidente Francisco Gros, pagou US$ 1,027
bilhão pela Pérez Companc.
No documento, o ex-diretor citou valores que teriam feito
parte da negociação. “Cada diretor da Pérez Companc recebeu US$ 1 milhão como
prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente, US$ 6 milhões. Nós juntamos a
Pérez Companc com a Petrobrás Argentina e criamos a PESA (Petrobrás Energia
S/A) na Argentina.”
Pau que dá em chico dá em francisco, pelo menos aqui no TMU.
Torço para que se apure muito bem essa denúncia do Cerveró e com direito a
vazamentos para a imprensa. Mas nada disso me impede de opinar a respeito.
Primeiro de tudo, concordo com FHC quando ele diz que a
acusação é vaga e não especifica as pessoas envolvidas. No entanto, quanto a Francisco
Gros e ao próprio FHC, o fato do primeiro ter sido apartidário e do segundo
estar em final de mandato, não significa coisa nenhuma. Cem milhões de dólares
são cem milhões de dólares e não fazem mal nenhum aos bolsos de quem quer que
seja a qualquer hora de suas vidas.
Em segundo lugar, cem milhões de dólares me parece uma
quantia completamente irreal para servir de propina em qualquer transação,
mesmo considerando que a compra pela Petrobras de 58,62% das ações da Pérez
Companc saiu por US$ 1,027 bilhão. Tanto que “cada diretor da Pérez Companc
recebeu US$ 1 milhão como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente,
principal operador de Menem, US$ 6 milhões”.
Em terceiro lugar, todos os delatores do Lava Jato disseram
que a corrupção na Petrobras passou a ser organizada e dirigida depois que o PT
assumiu o poder. Claro que havia corrupção antes. Desde a sua fundação por
Vargas aquilo é um saco de gatos. Lembro que Geisel, mesmo tendo sido
presidente da estatal durante o governo Médici, dizia que a Petrobras era uma
caixa preta e que nunca encontrou meios de escarafunchar a bandalheira como
gostaria.
Enfim, que se apure. Que quem roubou, prevaricou ou
corrompeu pague por seus crimes e, de preferência, devolva a grana.
A repercussão dessa denuncia inconsistente mostra o quanto os meios de comunicação servem aos interesses do governo. Não pretendo defender ninguém, estou apenas analisando a tal denúncia.
ResponderExcluirEntão vejamos:
a)Governo não tem como receber propina.
b)Para existir propina alguém tem de pagar, quem foi que pagou?
c)Para existir propina alguém tem de receber, quem foi que recebeu?
Agora, quero relembrar que Marcos Valério disse durante o processo do mensalão e o que foi dito agora na Operação Lava Jato:
a)Fulano deu x valor em dinheiro para Beltrano não revelar o que sabe sobre a morte de Celso Daniel.
b)Fulano deu x valor em dinheiro dinheiro para Beltrano
Muito bem, no primeiro caso tem um valor, mas não nome de quem pagou nem de quem recebeu e é a primeira vez que tal situação aparece, mas no segundo caso tem duas pessoas que não mantém contato há anos, relataram o mesmo valor, as mesmas pessoas e o empréstimo que originou o valor está identificado.
Não há como negar, quando criam suspeitas sobre FHC/PSDB a repercussão é imensa, quando os FATOS comprometem Lula/PT vira nota de rodapé, quando é suspeita sobre Lula/PT, o que repercute é o discurso do PT.