Eu até considero o Amoêdo um bom candidato, se bem que
dentro dessa pobreza de nomes não é difícil sobressair. Não chego ao exagero de
dizer, como muita gente diz por aí, que é o candidato mais preparado porque,
por óbvio, um debutante não pode ter mais preparo que seus concorrentes, burros
velhos de política, mas digamos que ele é o que apresenta as melhores
perspectivas individuais de fazer um bom governo, muito embora pese-lhe muito a
falta de representatividade parlamentar, essencial para a governabilidade. Mas
eu tenho sérias dúvidas quanto às suas reais intenções, já que a campanha em
nada tem ajudado para que esse ilustre desconhecido se torne um pouco mais
visível para o Brasil. A ideia que ele me passa é que para ele essas eleições
estão lhe servindo como um “jogo-treino com acesso ao público”, onde o
resultado pouco importa. E não sou o único a achar isso.
Duas das evidências sobre o que eu digo são o pouco investimento
na divulgação da sua imagem - embora suas próprias economias pudessem
proporcionar um marketing bem mais decente, sem grandes prejuízos financeiros -
e seu conformismo em não participar dos debates - mesmo que, por lei sua
presença não seja autorizada por não ter representatividade no Congresso, sua
reação a isso foi nenhuma.
A princípio meu voto seria dele, mas como, diante desses
fatos, pode se concluir com pouca chance de errar que se o próprio Amoêdo não
está levando sua candidatura, digamos, a sério como deveria, não sou eu que vou
botar a azeitona na sua empada. Eu tinha reservado o tal “voto útil” para o
segundo turno, mas diante disso, vou usá-lo no primeiro também.
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