População que se declara preta cresce 14,9% no Brasil em 4
anos, aponta IBGE
Do total de brasileiros, 8,2% se consideram pretos. Pesquisa
mostra ainda que população idosa segue aumentando, enquanto o número de
crianças diminui.
G1 Rio
Entre 2012 e 2016, aumentou em 14,9% o número de brasileiros
que se autodeclaram pretos no país. No mesmo período, também aumentou a
quantidade dos que se consideram pardos, enquanto diminuiu o percentual de
brancos na população. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD), divulgada nesta sexta-feira (24) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, em 2012, quando a população do país era
estimada em 198,7 milhões de pessoas, os brancos eram maioria (46,6%), os
pardos representavam 45,3% do total, e os pretos, 7,4%.
Já em 2016, população saltou para 205,5 milhões de
habitantes (aumento de 3,4%) e os brancos deixaram de ser maioria,
representando 44,2% (queda de 1,8%). Os pardos passaram a representar a maior
parte da população (46,7%) (aumento de 6,6%) e os pretos passaram a representar
8,2% do total de brasileiros.
Dois fatores podem explicar o crescimento da população
preta, conforme a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira. “O primeiro, é o
aumento da fecundidade entre pessoas negras. Em segundo, o aumento de pessoas
que passaram a se reconhecer na cor preta”, apontou a pesquisadora.
Maria Lúcia enfatizou que a cor é autodeclarada pelo morador
que é entrevistado em casa pelo pesquisador do IBGE. “Quando estamos falando de
pessoas miscigenadas, elas vão se declarar de acordo com aquilo que elas se
identificam mais”, disse.
“A experiência que a gente tem com os pesquisadores é que
esse tema da cor pode causar até um estranhamento no momento da entrevista. O
entrevistado não tem dificuldade de se reconhecer com determinada cor. Ele pode
ter a pele muito branca, mas por ter pai ou mãe negra, se considerar pardo, por
exemplo. Não é o pesquisador quem define”, afirmou.
O fato da população parda ter ultrapassado a branca,
destacou a pesquisadora, tem a ver com o perfil de fecundidade da população.
“Na medida em que as pessoas vão se unindo e se reproduzindo, esses casais que
têm cor diferente geram filhos pardos. É natural este aumento”, disse.
Conforme mostra o gráfico a seguir, a Região Norte do país é
a que concentra o maior percentual de pardos. Os negros são maioria no
Nordeste. Já os brancos têm o maior percentual na Região Sul.
Tendência já observada há alguns anos, em outras pesquisas
como o próprio Censo Demográfico, realizado pelo IBGE pela última vez em 2010,
a população envelhece cada vez mais. Isso significa que o número de nascimentos
diminui a cada ano, enquanto aumenta a longevidade das pessoas.
Em 2012, o grupo das pessoas de 60 anos ou mais representava
12,8% da população. Quatro anos depois, este percentual cresceu para 14,4%. Já
o percentual das crianças com idade entre 0 e 9 anos caiu de 14,1% em 2012 para
12,9% em 2016 – uma redução de 4,7%.
“Temos um estreitamento do que chamávamos de pirâmide
etária: nascem menos crianças no país, e com as melhorias na qualidade de vida
a população envelhece cada vez mais. Isso é algo importante de ser observado,
porque merece mais atenção do poder público o cuidado com a população idosa”,
ponderou a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
A pesquisa mostrou, novamente, que as mulheres são maioria
entre o total de brasileiros. Em 2016, elas representavam 51,5% da população,
enquanto os homens correspondiam a 48,5%. Na comparação com 2012, não houve
variação significativa destes percentuais, conforme destacou o IBGE.
Infográfico: diferença na composição da população;
percentual de homens e mulheres por faixa etária (Foto: Arte/G1)
No entanto, quando se observa a população separada em grupos
etários, observa-se que até os 19 anos de idade os homens são maioria em
relação às mulheres. Elas só passam a representar a maior parcela da população
após os 20 anos. Isso significa que morrem mais homens que mulheres adultos.
“Nascem mais meninos que meninas no Brasil. Mas, a partir
dos 20 anos essa situação começ a se inverter e se acentua mais após os 30
anos. Os homens estão mais sujeitos a riscos de morte, seja por violência, por
questões relacionadas ao trânsito e até mesmo em relação aos cuidados com a
saúde”, explicou Maria Lúcia.
Na faixa etária de 0 a 4 anos, em 2016, os homens somavam
6,6 milhões e as mulheres, 6,3 milhões. No grupo entre 15 a 19 anos, os homens
eram 8,9 milhões e as mulheres 8,3 milhões. Já na faixa de 20 a 24 anos, as
mulheres ultrapassavam os homens em 30 mil.
Já na faixa de 25 a 29 anos, essa diferença saltava para
cerca de 360 mil mulheres a mais. Entre 30 e 34 anos, a diferença passou a ser
de 428 mil. No último grupo etário, de 80 anos ou mais, a diferença entre
homens e mulheres era de 1 milhão – eles somavam 1,6 milhão, enquanto elas 2,6
milhões.
O envelhecimento da população associado à questão de gênero,
apontou a pesquisadora, impacta na demografia regional. “Há mais mulheres no
Sul e Sudeste, porque é uma população mais envelhecida”, destacou.
Enfim, a correta e verdadeira classificação: PRETO
ResponderExcluirNada de politicamente correto...
Nunca usei e jamais usaria de pretensas dívidas sociais para obter qualquer vantagem.
ResponderExcluirParabéns, GilAlmeida.
Mas, infelizmente, não é o que comumente acontece... Essa abertura fez com que brancos desonestos usassem a lei para levar vantagem. Um país de merda.
Quanto ao segundo parágrafo, assino embaixo do texto.