Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que submete
decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Congresso Nacional, o petista
Nazareno Fonteles, do Piauí, é inimigo declarado do presidente da Corte,
Joaquim Barbosa. No plenário da Câmara, Nazareno já chamou Barbosa de “justiceiro”,
qualificou o seu comportamento como “bélico”, e insinuou que ele espancava a
sua ex-mulher. Nazareno considera o julgamento do mensalão uma conspiração,
mais precisamente um coluio da imprensa com o Judiciário.
“Um magistrado que se submete à mídia não pode ser um juiz
para fazer Justiça, que é o que o povo quer. Nós, que nos submetemos ao crivo
popular periodicamente, até admitimos a influência da mídia em casa política,
mas, no Judiciário, jamais! Isso depõe contra a dignidade do magistrado, isso
depõe contra o povo e contra a Constituição do País” disse ele no dia 22 de
novembro do ano passado.
Neste mesmo discurso, o petista diz ser uma afronta ao
Congresso a decisão do Supremo de cassar os mandatos de parlamentares depois de
condenados. Nazareno também parte para o ataque pessoal, atribuindo suas
acusações a terceiros. “A então Ministra Ellen Gracie questionou, inclusive, se
ele (Joaquim Barbosa) poderia assumir o mandato no Supremo, porque vivia
batendo na mulher, havia esse fato ocorrido. A história com que finaliza a
matéria é a de que ele fez um acordo com a ex-esposa, e ela mandou uma carta
dizendo que ambos se bateram, para diminuir o caso, e ele poder assumir.”
Além de colocar em questão a conduta pessoal de Barbosa,
Nazareno pede a cabeça dos ministros do STF ao Senado. Ele apoiou a instauração
do processo de impeachment dos magistrados após o anúncio das condenações no
julgamento do mensalão, no ano passado. “O Senado não tem a coragem de fazer o
impeachment de vários ministros que estão lá, o que já foi pedido não aqui, mas
naquela Casa irmã, que se acovarda, baixa a crista, não cumpre o dever
constitucional de cassar Ministro que não cumpre a Lei da Magistratura”.
Companheiro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara dos mensaleiros João Paulo Cunha e José Genoino, Nazareno finaliza o
discurso do dia 22 de novembro chamando os ministros do STF de “sujos”. “Cristo
não aceitou que juízes apedrejassem a pecadora que havia cometido adultério -
essa era a lei da época -, e sabem por quê? Porque eles estavam mais sujos do
que ela. É o que ocorre hoje: estão mais sujos esses do que aqueles que estão
sendo julgados culpados.”
Em fevereiro deste ano, na ocasião em que a blogueira Yoani
Sánchez esteve no país, Nazareno citou, em um mesmo discurso, o seu apoio ao
regime cubano, a necessidade de combater os Estados Unidos, voltou ao exemplo
de Cristo - que “enfrentou o Império Romano” - e a submissão do Congresso ao
Poder Judiciário. “Para ser democrata de verdade, para acreditar em liberdades,
é preciso enfrentar os imperadores. Foi assim que Cristo fez, dando seu exemplo
ao enfrentar o Império Romano. Não se dobrou a nenhuma autoridade. Nós,
políticos, representantes do povo, não podemos baixar a cabeça. Esta Casa vive
baixando a cabeça para um poder nomeado como é o Supremo, vive recorrendo
porque não aceita a política, não aceita o voto, não aceita a maioria:
desrespeita e rasga a democracia.”
Após reclamar do “bloqueio à votação do Orçamento” - quando
o STF se pronunciou sobre a tramitação e votação dos vetos presidenciais em
ordem cronológica - , Nazareno protestou com indignação: “Isso é violação de
direitos, e ninguém protesta. Agora, bajular uma blogueira que não tem
biografia nenhuma para estar sendo bajulada aqui, minha gente, isso é que é
defesa da democracia? Nós temos é que combater os Estados Unidos, para acabar
com o bloqueio.”
A gentalha consegue ser perfeita no quesito idiotice.
ResponderExcluirO pior é que essa gente se reproduz.