A entrevista detalhada do MPF era mesmo necessária
Janaína Paschoal - Especial
para a Tribuna da Internet)
Quero deixar claro que não conheço os integrantes da
força-tarefa da Lavajato, também não conheço o juiz Moro. Também acho
importante deixar claro que não concordo com todos os posicionamentos adotados
e propostas defendidas pela força-tarefa. No entanto, diante da celeuma
instalada em torno da entrevista concedida pelos procuradores, gostaria de
tecer algumas considerações.
Não sei se todos sabem, mas os procuradores, como ocorrera
com Dr. Júlio Marcelo Oliveira, do TCU, foram, inclusive denunciados junto ao
Conselho Nacional do Ministério Público. Fizeram bem os procuradores ao
conceder a entrevista. O tema é árido e eles estão enfrentando pessoas poderosas
e muito bem articuladas.
Até mesmo para os chamados operadores do Direito, questões
referentes à criminalidade econômica são complexas.
O tema “lavagem de dinheiro” é ainda mais complicado. Se os
crimes de que fomos vítimas não forem explicados, o processo não prosperará.
Não sei se a denúncia será recebida; também não sei se Lula será absolvido, ou
condenado.
Mas tenho certeza de que Lula tem aliados fortes, em
posições estratégicas, por isso a população precisa estar ciente de seus
crimes.
Vejam, não estou dizendo que não há crimes e, por isso,
faz-se necessário criar clamor popular. E justamente o contrário! O MPF
descreveu muitos crimes, sabe que enfrenta uma pessoa especialmente forte e,
por isso, tem que conscientizar a sociedade.
E não pensem que Lula não tem admiradores (seguidores)
dentro do próprio Ministério Público. Eles estão em todos os órgãos. Esperem.
Logo, professores de Direito das melhores Faculdade do país começarão a
publicar pareceres e artigos em defesa de Lula. Foi assim na época do Mensalão.
Pesquisem quantos artigos de juristas foram publicados, “denunciando” o viés
persecutório do processo.
Os procuradores não são bobos. Mais do que convencer o juiz
e os tribunais, eles precisam mostrar para o povo o que está ocorrendo. Os
procuradores sabem que, no silêncio, a melhor das denúncias será esmagada. O PT
criou um exército de titulados para defendê-lo. O mais difícil é que esse
exército se apresenta como apartidário.
Janaina Pascoal é professora livre docente de Direito Penal
na USP e advogada.
" O PT criou" - e infiltrou nas instituições - "um exército de titulados para defendê-lo. O mais difícil é que esse exército se apresenta como apartidário."
ResponderExcluirVero!!!
A estratégia do MPF foi atípica, ousada, extrapola (é, mas vai além d) o jurídico, mas, pelas vias ordinárias teria morrido no nascedouro.