De vez em quando, Olavo dá uma dentro

“Você compraria um carro que diariamente tivesse de passar duas horas na oficina mecânica? Então por que os médicos hoje em dia acham que todo ser humano tem de dedicar pelo menos duas horas por dia a ‘cuidar da saúde’, como se não tivesse mais porra nenhuma a fazer na vida? Há algo de errado com uma medicina onde o paciente faz tudo e o médico só passa pito.” Olavo de Carvalho.

Tenho um amigo, já bem chegado em anos, que há uns tempos andava meio borocoxô. Querendo saber o que significavam aqueles sintomas de mal estar, resolveu ir ao médico. Ao ser consultado, diz ele, o médico fez as perguntas de praxe para depois fazer o exame clínico. Após isso tudo, o doutor começou a ladainha: “o senhor tem que parar de fumar, diminuir seu uísque, comer mais alimentos saudáveis e fazer alguma atividade física”.

Bento - esse é seu nome - irritou-se.

“Doutor, eu não vim aqui para fazer concessões. Se o senhor pode me curar, muito bem, se não pode, me dá o meu boné.”

E pôs-se porta afora.

Aos 85, ainda bebe, fuma, come de tudo e, o mais importante, a cabeça está mais lúcida que nunca.

Claro que eu não recomendo que ninguém fume, beba ou seja sedentário, mas hoje, o procedimento da maioria dos médicos beira o ridículo.