Apesar disso, esses servidores pretendem pedir ao presidente
do Senado, Renan Calheiros, a suspensão do ponto eletrônico. Preferem trabalhar
de casa. Talvez na academia de ginástica, no cinema.
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal reúnem um
contingente de 1.212 funcionários em suas estruturas de comunicação, segundo
levantamento feito pela Folha. Capitaneados pela TV Câmara e pela TV Senado,
que registram baixos índices de audiência, os órgãos custarão pelo menos R$ 103
milhões neste ano, excluídos os gastos com a folha de pessoal daqueles que são
concursados e comissionados.
O pelotão de mais de 1.200 servidores é composto de
jornalistas, produtores, editores, cinegrafistas, fotógrafos, auxiliares,
técnicos de TV e rádio e outros vinculados à atividade de comunicação.
E está dividido em duas “classes”, a dos concursados e
comissionados, cujos salários vão de R$ 14,3 mil a R$ 27,4 mil, e a dos
terceirizados, com contracheques de R$ 1.300 a R$ 10,8 mil. Os terceirizados,
que representam 61% do total, são vinculados principalmente à Plansul
Planejamento e Consultoria Ltda., que enfrenta problemas na Justiça.
A Secom do Senado, Casa com 81 parlamentares, é a mais
robusta, com 662 funcionários. A estrutura é formada pela TV Senado, Rádio
Senado, “Jornal do Senado” (impresso) e Portal do Senado, além de outros órgãos
ligados à comunicação institucional, como relações públicas e canais de
relacionamento com o público.
A Câmara, composta por 513 deputados, tem 550 trabalhadores,
que se dividem na TV Câmara, Rádio Câmara, Portal da Câmara e outros órgãos de
comunicação. Na Casa, 88 funcionários exercem funções típicas de jornalistas.
Há outros 81 com formação superior em comunicação social em atividades
diversas. O Senado não informou o total de jornalistas.
Apesar dos números do quadro, a programação inclui pessoas
de fora. O Senado, por exemplo, pagou mais de R$ 95 mil à escritora Margarida
de Aguiar Patriota pela produção e apresentação na Rádio Senado do programa “Autores
e Livros”.
Tendo assumido o comando da Secom da Câmara há pouco mais de
um mês, o deputado José Priante (PMDB-PA) afirmou que ainda não tem um
diagnóstico formado. “Eu confesso que a olho nu me parece uma dimensão um tanto
quanto exagerada, mas evidentemente tenho que avaliar todas as atividades
porque, enfim, é a construção da notícia, de coberturas, de TVs, de rádio. Eu
estou chegando na secretaria e encontrando esse quadro.”
Recentemente, o jornal norte-americano “The New York Times”,
um dos mais prestigiados do mundo, informou ter 1.300 pessoas em toda sua
operação jornalística. Já a TV Globo, que pertence ao maior grupo de
comunicação do Brasil, diz ter 700 equipes de jornalismo em 123 emissoras pelo
país.
A Globo aparece em primeiro no ranking dos canais de TV
aberta e paga com maior audiência, conforme aferido pela Kantar Ibope Media em
abril de 2016 –16,3 pontos (cada ponto representa cerca de 240 mil domicílios
nas 15 principais regiões metropolitanas).
Apesar de o mês ter sido o da autorização pelos deputados da
abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, a TV Câmara ficou na
posição 49 do ranking (0,07 ponto). A TV Senado, na 57a posição (0,05 ponto).
Não há informação pública sobre a audiência das rádios do
Poder Legislativo. Câmara e Senado dizem não ter contrato de aferição de
audiência. Já o jornal impresso do Senado tem tiragem diária de 5.500
exemplares, distribuídos gratuitamente em Brasília. A Câmara extinguiu seu
jornal impresso em abril.
O domínio “leg.br”, que inclui os portais da Câmara e do
Senado, está na 195ª posição entre os sites mais visitados do Brasil de acordo
com estimativa da Alexa, serviço métrico de audiência na web.
Dona dos maiores contratos com os órgãos de comunicação do
Congresso, a Plansul é a responsável por 649 dos 1.212 trabalhadores. A empresa
de Santa Catarina figura em vários litígios judiciais com órgãos públicos e já
sofreu condenações sob a acusação de irregularidades. Entre elas, a
determinação de que pague R$ 9 milhões por motivar a rescisão de contrato
firmado com Furnas.
A empresa cobrou da estatal despesas que, segundo o
entendimento do Tribunal de Justiça do Rio, eram de sua própria
responsabilidade. O Superior Tribunal de Justiça suspendeu os efeitos da
sentença até análise do recurso.
O sócio-diretor da Plansul, Rogério Crespo Gualda, teve os
bens arrolados devido a débito com a Receita de R$ 13,5 milhões motivados,
segundo condenação judicial, por “emissão de notas calçadas em notas frias”.
O Tribunal de Contas da União também apura “irregularidades
graves” no contrato da Plansul com o Hospital das Clínicas da Universidade
Federal do Paraná.
Agora eu gostaria que você fizesse um postagem com UM trabalho realizado por essa gente toda, que tenha algum significado para o desenvolvimento do país.
ResponderExcluir(argento) ... negócios são negócios, desenvolvimento é outra história; em outras palavras: Negócio é quando o dinheiro muda de mãos ou de lugar ...
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