Pois é. Dona Mariana Cavalcante fez um rebuliço danado no
Facebook por causa do suposto “abuso de poder” da auditora da Receita Federal, Maria
Lucia Lima Barros, na alfândega do Galeão. Saiu até no Globo de hoje.
Acontece que Dona Mariana só contou
metade da história, a parte que lhe interessava, claro. Dona Mariana esqueceu
de dizer que tentou burlar a Receita ao tentar passar pelo “canal verde”, o do “nada
a declarar”, quando suas malas e as da sua avó estavam entupidas de vestidos
indianos de grife, alguns até bordados em ouro e pedrarias.
A constatação da Receita não invalida a acusação de “abuso
de poder”, mas, como diria Millôr, o problema da meia verdade é a parte da meia
mentira, no caso, a parte omitida, que acresce um outro papel, além do de vítima,
para Dona Mariana desempenhar nessa história: muambeira.
Vejam o que diz a Receita Federal:
“Ao tomar conhecimento da denúncia, a Receita Federal
iniciou uma investigação, partindo de análises de imagens gravadas por câmeras
de segurança do aeroporto e depoimentos de testemunhas. Segundo o órgão, ao
desembarcarem, as duas mulheres se
dirigiram ao chamado canal verde, destinado a passageiros que informam não ter
nada a declarar. Ainda de acordo com a Receita Federal, após as malas de
Mariana e sua avó passarem pelo equipamento de raios X, detectou-se um volume
que indicava a existência de valores que
deveriam ter sido comunicados.
‘Abertas as malas, a equipe de fiscalização da Receita
Federal constatou a existência de grande quantidade de artigos de vestuário, o que pode descaracterizar a situação de
uso pessoal e indicar destinação comercial. As peças, documentadas em
fotos, eram, em sua maioria, de moda feminina, de inspiração indiana. A
fiscalização apurou ainda que as peças (muitas delas com suas etiquetas
arrancadas) pareciam pertencer a grifes
indianas de alto padrão. Algumas pareciam bordadas com fios de ouro e pedrarias’, informou o órgão por meio
de uma nota.”
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