Agora vocês vejam só. Reinaldo Azevedo - sempre ele, a mala
sem alça - advertiu em um artigo: “Querem criticar a eventual indicação de
Pereira porque ele não tem experiência na área? Vá lá. Ser contra o seu nome
porque é evangélico é preconceito antirreligioso da pior qualidade”.
E mais: “Ademais, a título de ironia, cumpre não descartar,
assim, sem mais nem aquela, o espírito inquieto de religiosos, não é mesmo? Ou
teríamos de jogar no lixo as contribuições de certo monge chamado Gregor Johann
Mendel e tudo o que nos ensinou sobre genética e hereditariedade”.
Então tá, vamos começar por Mendel, o monge agostiniano das
ervilhas.
Usando os mesmos artifícios de todo enganador de trouxas ao
citar Mendel, Reinaldo omite convenientemente os fatos que inviabilizam sua
argumentação. Para começo de conversa, no Século XIX - Mendel nasceu em 1822 -
boa parte de toda a pesquisa científica ainda era feita pelo clero, e isso é
fácil de explicar: eles ainda tinham muita grana.
Em segundo lugar, Mendel era de uma família de camponeses que,
embora humildes, encorajaram-no a seguir estudos superiores por, desde criança,
ter demonstrado uma inteligência acima da média e ter sido um estudante
brilhante nos primeiros anos escolares. Como a família não tinha dinheiro para
suportar o custo dos estudos superiores, a solução foi convencer Mendel a
ingressar no mosteiro da Ordem de Santo Agostinho em Brno, aos 21 anos, como
forma de não interromper seu aprendizado. E assim Gregor Johann Mendel
tornou-se monge, para o bem da Ciência.
Ou seja, se Mendel não se tornou monge por acaso, também não
o foi por inclinação religiosa. Também caberia aqui comentar sobre hábito que
durou até o século passado, quando os pais sempre costumavam “reservar” um
filho para o clero, mesmo contra a vontade do dito cujo. Daí, provavelmente, saiu
tanta barbaridade da igreja.
Agora, dizer que ser contra um “bispo” da Universal é “preconceito
antirreligioso da pior qualidade” é querer ser mais real que o rei (aliás as
reinaldetes chamam seu mestre de “Tio Rei”, é mole?). Primeiro que a Universal
não é uma religião, mas sim uma seita dissidente do protestantismo abominada
pelos verdadeiros protestantes. Depois, ser contra um advogado sectário em um
Ministério da Ciência não é um preconceito e sim um conceito estabelecido que
atende à lógica.
De mais a mais, não há vida inteligente entre os seguidores
da espelunca do Macedo.
O Reinaldo aceitaria a crítica se fosse por o Pereira "não ter experiência na área", mas eu digo que o problema não falta de experiência na área, mas sim, a área onde ele tem excesso de experiência.
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