“A grande maioria dos meus
conhecidos é formada por gente arejada, progressista, esquerdista ou de
centro-esquerda. (...) Em algumas situações extremas fui obrigada a me afastar,
dolorosamente, de antigos amigos devido às ofensas pessoais dirigidas a mim ou
a pessoas ligadas a mim. Trata-se de personalidades intolerantes que, por
eventuais divergências ideológicas, não medem o grau da rusga, muitas vezes
irreversível.”
Ana de Hollanda, cantora e ex-ministra da Cultura
“Certamente, nenhuma ilusão sobre a
candura brasileira sobreviverá a estes últimos anos de ódio e intolerância.
Temos uma história cheia de canalhices esquecidas ou camufladas, mas está sendo
demais para a nossa hipocrisia este período concentrado de violência entre
brasileiros.”
Luis Fernando Verissimo
“Bolsonaro bradou contra o
comunismo, como se ser militante comunista fosse um crime no Brasil. Não é. A
tortura, sim, é crime.”
Eugênio Bucci é professor de Comunicação da USP
Só para não encompridar muito a lista das “vítimas da
intolerância das forças reacionárias”, vamos ficar nessas três figuras “progressistas”
que escreveram artigos chorando suas mágoas n’O Globo dos dois últimos dias.
Esses três patetas, legítimos representantes dos renitentes
do petralhismo, ao chegar à triste conclusão que suas teorias e argumentos
foram postos abaixo pela debacle das práticas nefastas do projeto de poder
engendrado pelas “esquerdas” tupiniquins, resolveram agora se fazer de vítimas.
Tadinhos, né?... Vamos dar um desconto para eles porque deve ser mesmo muito difícil
para quem foi pedra durante tanto tempo virar vidraça de uma hora para a outra.
É pena que a memória dos patetas seja tão seletiva a ponto
de não lembrar quem começou.
Em maio de 2013, Marilena Chauí (que recebe um salário de
mais de 23 mil, como docente aposentada da USP), no lançamento do livro “10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”,
organizado por Emir Sader (por impossibilidade intelectual de escrever ele
mesmo um livro, compilou artigos de admiradores do PT e os publicou), resolveu
explicar conceitos de “classe social” para o seleto auditório e depois concluiu
sua exposição usando sua “habilidade” para agradar grupelhos de vacas de
presépio, vociferando os impropérios que eles tanto gostam de ouvir:
“E porque é que eu defendo esse
ponto de vista? Não é só por razões teóricas e políticas. É porque eu odeio a
classe média (colérica, sob aplausos entusiasmados). A classe média é o atraso de vida. a classe média é a
estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante,
arrogante… (perde-se procurando mais outro adjetivo ofensivo gratuito) terrorista (risos da platéia).
A classe média é a uma abominação política (risos da platéia), porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque
ela é violenta, e ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante. Fim.”
Esse tipo de absurdo foi a tônica dos últimos 13 anos, período
em que o País esteve dividido pelo governo do PT e demais penduricalhos entre
as “elites brancas e buguesas” e os “progressistas”.
Em 2006, quando eu participava de debates com a petralhada,
ao comentar sobre o excesso de xingamentos que Miguel do Rosário - figura relativamente importante do PT e dono do
blog “PeTrocinado” “O Cafezinho” - dirigia a todos os que eram contra o partido,
ele me respondeu:
“Prezado
Ricardo Froes, (...) é um artigo que tem lado, posição, eu xingo os que
considero meus adversários políticos e elogio a que apóio, sem tergiversação”.
Outra
figurinha que recebe grana do PT para contar mentiras e dizer impropérios,
Jussara Freitas, em dois artigos, também em 2006, conseguiu a proeza de reunir
uma quantidade de xingamentos nunca vista contra os que se opunham a ela.
Em um deles: “Desesperados, incompetentes, ridículos, dondocas
despirocadas, descarados, histéricos, corja, nocivos, embustes, imorais, não
valem nada, homens sem palavra, corruptos, omissos, negligentes, escandalosos,
sem pés nem cabeças e nefastos”. No outro: “Cretino,
mentiroso, embusteiro, falso, cínico, filhote da ditadura, racista e
preconceituoso”.
Não é nem
preciso dizer que eu também fui xingado até a alma por essa gente.
Mas voltando
aos três coitadinhos:
Quanto a Ana
de Hollanda, que classifica seus amiguinhos “progressistas” como “arejados” e como
“personalidades intolerantes” o “resto” de uns 90% de brasileiros que não fazem
parte da sua panelinha, não é de se espantar, sendo ela filha de quem é -
Sérgio Buarque de Hollanda -, que escreveu em “Raízes do Brasil” sobre o “homem
cordial”, exaltando o poder do povo e deixando claro que só o próprio povo, tomando
a iniciativa, poderia cuidar do seu destino, ao mesmo tempo que destaca o “radicalismo
potencial das classes médias”. Ou seja, a classe média não é povo.
Quanto a Verissimo,
é desnecessária qualquer maior consideração, já que é público e notório que, em
tudo e por tudo, trata-se de um rematado idiota.
Já Eugênio
Bucci, resumindo, afirma que ser comunista militante não é crime no Brasil como
se isso justificasse as impropriedades ditas costumeiramente por Bolsonaro e,
mais especificamente, à menção de Ustra em seu voto no impeachment. Primeiro
que é um assunto já para lá de requentado e desnecessariamente debatido à
exaustão. Depois, esse argumento, embora politicamente correto, é próprio dos
imbecis - aqueles mesmos que têm memória seletiva - que fazem da ignorância
conveniente seu “pedaço de resistência” ao omitir todas as barbaridades que o
comunismo proporcionou ao mundo e, por que não, ao Brasil, quando, tanto provocaram
que conseguiram 21 anos de ditadura militar, como resposta aos seus anseios por
uma ditadura muito pior.
Enfim, fica
claro que quem começou essa troca de animosidades foram os próprios “progressistas”,
que hoje estão se fazendo de vítimas. Lamento informá-los que tudo que é dito
conta eles, por enquanto, ainda é muito pouco, tamanho foi o mal que fizeram ao
País.
É o país dos coitadinhos:
ResponderExcluirhttp://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2016/05/09/roberto-carlos-processa-homonimo-por-usar-o-nome-proprio-para-trabalhar.htm
Quem é mais idiota, o cantor ou o juiz?