Claudio Humberto
O noticiário sobre a Operação Janus, nesta sexta (20), da
Polícia Federal, fez parecer que, apesar do envolvimento do sobrinho, o
ex-presidente Lula não era investigado. Porém, é mais que isso: trata-se do
principal investigado. Nota do Ministério Público Federal do DF deixou claro que
o objetivo da “Janus” é apurar se Lula “praticou tráfico internacional de
influência em favor da construtora Odebrecht”.
Lula e quem o ajudou a batalhar negócios para a Odebrecht no
exterior podem esperar novas fases da Janus. Experimentarão fortes emoções. A
primeira fase da Janus, nesta sexta, teve a ver apenas com o financiamento do
BNDES para uma obra da Odebrecht em Angola. Também são investigados os
contratos do BNDES relativos a obras em Cuba, Venezuela, República Dominicana e
Angola, entre muitos outros.
Os três desassombrados procuradores pilotam a Operação
Janus, Francisco Guilherme Bastos, Ivan Cláudio Marx e Luciana Loureiro
investigam o que o submundo da corrupção em Brasília chamava de “crime
perfeito”. A suspeita é que Lula fechava acordos com ditadores, a maioria
africanos, para o BNDES financiar grandes obras naqueles países, mediante juros
ínfimos, longo prazo de carência e contratos secretos, sob a condição de serem
entregues a empreiteira brasileira. No Brasil, mandava o BNDES financiar a
obra. Após o entendimento de Lula, o Brasil assinava acordos de cooperação com
a ditadura atraída para o esquema, que contratava a Odebrecht.
O BNDES financiava a obra lá fora, mas pagava a Odebrecht no
Brasil. Dinheiro público saído do Tesouro para a empreiteira, sem licitação.
Ditaduras não se deixam fiscalizar, nem os órgãos de
controle do Brasil podiam auditar os contratos no BNDES, classificados de
“secretos”.
(argento) ... essa é foda!, deu na Folha: "Lula pede que STF reconheça que ele foi ministro de Dilma" ...
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