A polícia de São Paulo fez 27 fotos nuas e seminuas das três
presas acusadas de matar, esquartejar e espalhar as partes do corpo de um
motorista de ônibus em Higienópolis e na Sé após a prisão, há um ano, e durante
os interrogatórios.
Para a Justiça as fotos poderiam ofender a dignidade das
rés. Entidades de direitos humanos entendem que houve abuso de poder. Como o
processo não está sob segredo, qualquer pessoa pode acessá-lo.
Acontece que Marlene, uma das acusadas, confessou o crime. Disse
que matou Alvaro, seu cliente e amante em março de 2014, porque ele a agredia e
ameaçava matá-la. Ela alegou que se defendeu das agressões, torturas sexuais e
tentativas de assassinato que vinha sofrendo durante quatro anos de programas e
relacionamento com o motorista. Marcia e Francisca, as outras duas rés,
ajudaram no esquartejamento e desova do presunto fatiado.
Eu pergunto: que dignidade podem ter três criaturas que
cometem esse tipo de barbaridade para ser ofendida?
É óbvio que o acesso das nove fotografias a qualquer pessoa
- além dos envolvidos diretamente no caso (juízes, promotores, policiais e
advogados das partes) - em função do processo não estar sob segredo de Justiça não
é o procedimento adequado, mas que tal a Justiça não se ater a firulas que em
nada contribuem para a finalização do caso - crime confesso - que se arrasta há
mais de um ano, já que nem como atenuante servem?
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