Claudio Humberto
Preso ontem na 14ª fase da Operação Lava Jato, o empreiteiro
Marcelo Odebrecht foi recebido mais vezes pela presidente Dilma do que a maioria
dos ministros. No início do seu governo, Dilma não escondia a repulsa ao
empresário, que, no entanto, amigo do ex-presidente Lula, conseguiu neutralizar
resistência e foi recebido quatro vezes por Dilma, além de duas reuniões na
residência do Palácio Alvorada, em 2014.
Em 2012, após as reuniões no Planalto, o gasto direto do
governo com a Odebrecht cresceu 10.000% ante 2011 e chegou a R$ 1,1 bilhão. A
Odebrecht obteve receitas de US$ 9,5 bilhões no exterior em 2012, segundo o
próprio Marcelo Odebrecht trombeteava publicamente. Os contratos da Odebrecht
no exterior saltaram para US$ 22 bilhões (equivalentes a R$ 67 bilhões), boa
parte financiada pelo BNDES. Marcelo Odebrecht se reuniu com Michel Temer,
inclusive quando o vice virou presidente. Odebrecht foi visto também em
inúmeras viagens do ex-presidente Lula a África e também o acompanhou a Cuba,
onde a empresa está à frente da construção do Porto de Mariel.
O último encontro de Dilma com Marcelo Odebrecht foi há
menos de um mês, em 26 de maio, no hotel Intercontinental, na Cidade do México.
Marcelo teve deferência especial por coordenar o encontro empresarial que Dilma
prestigiou. Marcelo sempre foi próximo dos petistas. Mas, pelo porte da
empreiteira, mantém bom trânsito e fez doações eleitorais a outros partidos. O
mesmo ocorre com a Andrade Gutierrez.
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