Trecho do artigo de Luciano Ayan, Se a direita não percebe a diferença entreMalafaia e Boechat, é melhor desistir
Por mais que critiquemos Malafaia por algumas ideias,
continuamente conseguimos demonstrar instâncias torpes de relativismo moral no
discurso de quem diz que “Malafaia e Boechat são farinha do mesmo saco”. Quer
ver? Adversários de Malafaia dizem que ele “chantageia seus fiéis por
dinheiro”. Não, não há chantagem, mas o recebimento de doações voluntárias. Por
outro lado, Ricardo Boechat defende um socialismo violentíssimo, que sempre
obtém seus dividendos na forma de coerção estatal, o qual jamais deixa de usar
a violência. Comparar a tomada de poder por um sistema totalitário (defendida
por Boechat) com a obtenção de doações sem o uso da violência (praticada por
Malafaia) e, em conclusão, afirmar que são “a mesma coisa” demonstra
incapacidade cognitiva de avaliação de questões morais e, como tal, devemos nos
preocupar com julgamentos éticos feitos por essas pessoas.
A tomada de posição decididamente contra Boechat é uma
escolha na esfera da guerra política, com foco em resultados. A escolha por
“nenhum dos dois” é a escolha pelo seu próprio ego, em detrimento de quaisquer
resultados. Infelizmente, mais uma vez, uma parcela minoritária, mas
infelizmente não minúscula, está escolhendo o ego sobre qualquer forma de
estratégia.
Depois que Reinaldo Azevedo andou fazendo afagos a Malafaia,
o bispo virou uma espécie troféu para uma parte da direita - a hipócrita - exibir
como prova da sua tolerância com os neopentecostais, neoevangélicos, neocrentes,
enfim, seja qual o nome que se dê a essa gente, que já deixou de apenas pentelhar há muito tempo ao se transformar em uma ameaça não só à tolerância religiosa
como também à estabilidade política do País.
E Luciano Ayan (dono do blog Ceticismo Político) faz parte
dessa direita hipócrita. Defender Malafaia dizendo que ele “não faz chantagem”,
mas apenas recebe “doações voluntárias” é cinismo demais para uma pessoa só.
Será que Ayan vai querer enganar que realmente acredita que essas “doações” não
são o resultado da violência moral aplicada por esses pastores e congêneres aos
pobres de espírito e fracos de mente, chantageando-os, caso não colaborem
financeiramente, com ameaças de demônios e fogos eternos, ou aliciando-os
através de promessas incumpríveis de prosperidade? Será que Ayan vai querer
mentir dizendo que a riqueza ostentada por Malafaia e seus semelhantes é fruto
de trabalho honesto e não das extorsões cometidas por eles contra uma gente frágil,
despreparada e desiludida?
Como eu disse em outro post, entre os dois eu não fico com
nenhum e, segundo Ayam, escolhi meu próprio ego, sim, com a maior convicção de
ser infinitamente superior a ambos em moral e caráter, coisa que já não posso
repetir ao julgar Luciano que, ao dizer que “se a direita não percebe a
diferença entre Malafaia e Boechat, é melhor desistir” evidencia que quem deve
desistir é ele.
É por este e outros que essa parte da direita brasileira, que
criou corpo à custa da falência do PT, não merece muita atenção, pois age tal e
qual a estrebuchante esquerda, escondendo as verdades.
Sobre o indulto nas multas devidas pelas igrejas evangélicas à Receita Federal, o que Reinaldo Azevedo e Luciano Ayan tem para dizer?
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