domingo, 26 de outubro de 2014

PETRALHA AMEAÇA CENSURA À IMPRENSA PELO QUE ELE CHAMA DE “GOLPE DA VEJA”

Paulo Moreira Leite: GOLPE DA VEJA FORÇARÁ DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA

Tentativa canhestra e mal ensaiada de interferir no processo democrático, com uma edição antecipada para tentar solapar a soberania popular, exige que a presidente Dilma Rousseff discuta a sério a democratização dos meios de comunicação em seu provável segundo mandato, argumenta Paulo Moreira Leite, diretor do 247, em Brasília; “o golpe da semana só fará aumentar o número de cidadãos e de instituições convencidos de que a sobrevivência da democracia brasileira depende, entre outras coisas, que se cumpra a legislação que regula o funcionamento econômico da mídia”, diz ele; atitude criminosa de Veja, a 48 horas de uma eleição, merece resposta institucional
24 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 10:02

247 - A tentativa criminosa da revista Veja de solapar a democracia brasileira, a 48 horas do segundo turno da disputa presidencial, merece uma resposta institucional: a democratização dos meios de comunicação no Brasil.

Quem argumenta é Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília e ex-diretor de Veja – de um tempo em que isso não envergonhava jornalistas.

No artigo “Uma farsa óbvia e mal ensaida”, ele expõe suas razões:

“O mais novo vazamento de trechos dos múltiplos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff  expressa uma  tradição vergonhosa pela finalidade política, antidemocrática pela substância.  Não, meus amigos. Não se quer informar a população a partir de dados confiáveis. Também não se quer contribuir com um único grama para se avançar no esclarecimento de qualquer fato comprometedor na Petrobrás. Sequer o advogado de Yousseff reconhece os termos do depoimento. Tampouco atesta sua veracidade sobre a afirmação de que Lula e Dilma sabiam das “tenebrosas transações” que ocorriam na empresa, o que está dito na capa da revista.

Para você ter uma ideia do nível da barbaridade, basta saber que, logo no início,  admite-se que só muito mais tarde, através de uma investigação completa,que ninguém sabe quando irá ocorrer, nem quando irá terminar,  “se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são culpadas.”

Não é só. Também se admite que Yousseff “não apresentou provas do que disse.”

Precisa mais? Tem mais.

Não se ouviu o outro lado com a atenção devida, nem se considerou os argumentos contrários com o cuidado indispensável numa investigação isenta.

O que se quer é corromper a eleição, através de um escândalo sob encomenda, uma farsa óbvia e mal ensaiada. Insinua o que não pode dizer, fala o que não pode demonstrar, afirma o que não conferiu nem pode comprovar.”

Detalhe importante: o “depoimento” do doleiro já foi desmentido por seu próprio advogado (leia mais aqui). Diante do crime eleitoral cometido pela revista Veja, que representa um atentado à própria democracia, o que fazer? O único caminho é discutir, a sério, a regulamentação dos meios de comunicação. Eis mais um trecho do texto de Paulo Moreira Leite:


“Com esse comportamento, a mídia brasileira prepara o caminho de sua destruição na forma que existe hoje.  Como se não bastasse os números vergonhosos do Manchetômetro, que demonstram uma postura parcial e tendenciosa, o golpe da semana só fará aumentar o número de cidadãos e de instituições convencidos de que a sobrevivência da democracia brasileira depende, entre outras coisas, que se cumpra a legislação que regula o funcionamento econômico da mídia. Está claro que este será um debate urgente a partir de 2015.”

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