terça-feira, 28 de outubro de 2014

Olavo de Carvalho e suas teorias conspiratórias: a da vez é a eleição.

De tempos em tempos eu fico pasmo com a quantidade de asneiras que Olavo de Carvalho tem a capacidade de produzir. Decerto Olavo é um cara criativo porque, guardadas as devidas proporções entre a lucidez e a demência, as elocubrações dele até que fazem algum sentido, como achar que o fato do PSDB perder pela quarta vez seguida para o PT é parte de um plano de poder combinado entre os dois partidos. Diz ele que as escolhas de Serra (duas vezes) e de Alkmin como candidatos fez parte do combinado porque ambos fazem parte do “plano” e não “bateriam” em Lula e Dilma durante as campanhas.

E mais: diz o doido que Aécio quase estraga tudo por “parecer” que queria mesmo a presidência, partindo para o pau, mas que, felizmente, para o pessoal do “plano”, foi convencido a tempo, fato que teria sido confirmado pelo seu discurso reconhecendo a derrota, logo depois dela ter sido efetivamente confirmada.

O mais interessante é que ele cria esses mundinhos de teorias conspiratórias lá nos Estados Unidos, dentro do seu gabinete, sem contato nenhum com o mundo real e sem provas materiais e consegue convencer um batalhão de pessoas que têm grandes semelhanças com os neocrentes, principalmente no modo de não pensar: Olavo sabe por eles, Olavo pensa por eles, Olavo fala por eles.

Incrível!

3 comentários:

  1. Um astrólogo que acredita ser filósofo e tem como discípulo um pseudo músico que acredita ser roqueiro.

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  2. Eleição e Democracia

    Depois de observar os comentários gerados pelos resultados do último pleito eleitoral, que reelegeu Dilma Russef, decidi expressar um parecer ao invés de um simples comentário e vou abordar algumas questões:

    a) Recontagem dos votos: é ridículo, mas tem gente pedindo recontagem dos votos. NÃO existe recontagem de votos, pois o sistema eleitoral é totalmente eletrônico, podem reprocessar os dados quantas vezes quiserem que o resultado deve ser sempre o mesmo.

    b) Fraude eleitoral: Olavo de Carvalho, que consegue ser tão imbecil quanto qualquer petralha, falou que houve fraude eleitoral, baseado em vários vídeos e depoimentos de eleitores que tiveram problemas. O sistema adotado no Brasil não permite descartar a fraude, mas a fraude só pode ser considerada existente diante de provas.
    Os vídeos e os depoimentos mostram que houve falhas simplórias, pode ocorrer facilmente de um mesário digitar o número do título do eleitor que está acima ou abaixo e/ou entregar o bilhete de comprovação de outro eleitor.

    c) Legitimidade do pleito eleitoral: Reinaldo Azevedo comentou que a eleição foi (é) legítima, mas eu discordo veementemente. Uma eleição só é legítima quando a disputa ocorre entre candidatos, quando o governo disputa a eleição ela perde toda a legitimidade e a própria legalidade.
    O mapa da votação não deixa dúvidas sobre os beneficiários do Bolsa Família votarem no governo e não na candidata. O governo tinha (e tem) a responsabilidade de divulgar para a população que NENHUM candidato representa ameaça aos programas sociais, ao deixar de fazer isso, permitiu que uma instituição governamental fosse usada eleitoralmente.
    A oposição deveria ter solicitado ao TSE a divulgação de que nenhum candidato representava ameaça ao Bolsa Família ou a qualquer outro programa social, pois o TSE não poderia tomar essa decisão por conta própria, apenas atendendo uma petição, que poderia ter sido feita no primeiro turno por vários candidatos.

    d) Todos os votos tem o mesmo valor: outro comentário do Reinaldo Azevedo, que defende a ideia de que todos os votos tem o mesmo valor. Concordo com o Reinaldo sobre terem o mesmo valor nominal, mas não possuem o mesmo valor político.
    O voto daqueles que estão escolhendo o melhor dirigente, o melhor representante, tem muito mais valor (politicamente) do que daqueles que VENDERAM o voto, ou votaram por motivações alheias à coletividade.
    Nesse ponto os votos do Bolsa Família são politicamente nulos, pois não expressam o desejo político do eleitor e sim a dependência de uma situação que ele sequer consegue compreender, não foram votos de eleitores, mas votos de beneficiários de um programa. Politicamente o voto do Bolsa Família é igual ao voto do empreiteiro corrupto.

    e) O dia seguinte: Era inevitável em qualquer eleição, que o dia seguinte fosse dedicado a comentar e questionar como será o novo governo, quais políticas seriam mantidas, ampliadas ou modificadas. A reeleição da Dilma transformou o inevitável em impraticável, não há como saber como serão as políticas do novo governo porque ninguém sabe como foram as políticas do governo anterior. Como disse certa vez o Gustavo Krause: “no Brasil até mesmo o passado é incerto”.
    A única questão originada pela reeleição da Dilma foi o impeachment, se vai ou não vai se concretizar e quando será apresentado o pedido. Não existe dúvida sobre a necessidade do impeachment, existe apenas dúvidas sobre o tempo que as provas levarão para aparecer e se a lei será ou não cumprida.

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