Uma equivocada interpretação das tradições diplomáticas
brasileiras tenta impor-nos, há muitos anos, a visão de que o Brasil é
simplesmente um país grande: desistimos de ser um grande país.
No universo da diplomacia pós-moderna, que infelizmente nos
apressamos a copiar a partir de modelos externos, não existe grandeza. Não
existe vontade ou paixão. Não existe orgulho.
O desejo de grandeza é o que de mais nobre pode haver numa
nação que se coloca diante do mundo.
Mas alguém decidiu definir a presença do Brasil no mundo por
sua adesão aos "regimes internacionais", por sua obediência à
"ordem global baseada em regras". O Brasil assim concebido quer ser
apenas um bom aluno na escola do globalismo. Não quer nem mesmo ser o melhor
aluno, pois isso já seria destacar-se demais, já envolveria um componente de
vontade e grandeza que repudiamos.
Quando eu era criança, pela metade dos anos 70, ficava horas
folheando um livro chamado "Atlas das Potencialidades Brasileiras"
cheio de mapas de reservas energéticas e minerais, produção industrial e
agrícola, etc. O subtítulo do livro dizia: "Brasil Grande e Forte".
Hoje, querem colocar nas mãos das crianças livros sobre sexo, mas se vissem uma
criança lendo um livro chamado "Brasil Grande e Forte" prenderiam os
pais e mandariam a criança para um campo de reeducação onde lhe ensinariam que
o Brasil não é nem grande nem forte, mas apenas um país que busca a justiça
social e os direitos das minorias.*
Antes fosse. Se houvesse uma alternativa excludente entre
grandeza e força, de um lado, justiça social e direitos das minorias, de outro,
seria até válido optar por estas últimas.
Mas não há excludência. O que há é uma ideologia
manipuladora que cria uma histeria permanente sobre justiça social e minorias,
sem fazer absolutamente nada concreto nem pelas minorias nem pela maioria, sem
nenhum compromisso em melhorar a vida real de ninguém, e que veste o manto da
justiça social para roubar e tentar sair com o produto do roubo, desrespeitando
tanto a justiça social quanto a justiça propriamente dita. Essa ideologia faz
de tudo para destruir qualquer poder mobilizador autêntico que ela não
controle, e por isso dedica-se a sufocar o desejo de grandeza associado ao
sentimento nacional.
A grandeza mobiliza e organiza um povo, sentido e gera
energia humana, sabidamente a mais preciosa forma de energia. Nada pior para os
planos da ideologia esquerdista. A esquerda não tem o menor interesse em
justiça social, mas utiliza esse conceito para contaminar a água da nação, para
criar pessoas raivosas e ignorantes e assim desmobilizar o povo, proibi-lo de
ter ideais, separá-lo de si mesmo, desligar a energia criativa. Justiça social,
direitos das minorias, tolerância, diversidade nas mãos da esquerda são apenas
aparelhos verbais destinados a desligar a energia psíquica saudável do ser
humano.
A aplicação dessa ideologia à diplomacia produz a obsessão em
seguir os "regimes internacionais". Produz uma política externa onde
não há amor à pátria, mas apenas apego à "ordem internacional baseada em
regras". A esquerda globalista quer um bando de nações apáticas e
domesticadas, e dentro de cada nação um bando de gente repetindo mecanicamente
o jargão dos direitos e da justiça, formando assim um mundo onde nem as pessoas
nem os povos sejam capazes de pensar ou agir por conta própria.
O remédio é voltar a querer grandeza.
Encha o peito e diga: Brasil Grande e Forte.
Milhares de pequenos esquerdistas imediatamente te atacarão
como formigas quando você chuta o formigueiro, mas se você resistir e não
recuar eles ficarão desorientados e se dispersarão na sua insignificância,
deixando aberto o campo para construirmos um país de verdade.
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