Gozado, Bolsonaro nomeou cinco mulheres e as feministas nem
se manifestaram. Terá sido porque foram escolhas técnicas? Terá sido porque elas
são competentes no que fazem? Terá sido porque elas não são esquerdopatas?
Do Reacionário
Logo que o presidente eleito Jair Messias Bolsonaro anunciou
os primeiros nomes de sua equipe de transição a imprensa e setores organizados
das esquerdas saíram berrando que não haviam mulheres entre os indicados.
Detalhe: ninguém colocou na balança os currículos dos
nomeados ou a afinidade política com o presidente eleito, apenas o gênero. E
nenhum deles levou em conta que Bolsonaro jamais prometeu fazer uma equipe
“diversa”, mas sim uma equipe competente independente das características
particulares de cada um.
Bom, o que importa é que ao fim Bolsonaro acabou indicando
quatro mulheres. A primeira foi a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Márcia
Amarílio da Cunha Silva, de 44 anos. Especialista em Segurança Pública, Márcia
atualmente comanda o Centro de Ensino de Altos Estudos Oficiais do Corpo de
Bombeiros Militares do Distrito Federal. Além de Márcia, Bolsonaro indicou
outras duas militares para a transição de governo: Liane de Moura Fernandes
Costa e Silvia Nobre Waiãpi.
Liane de Moura Fernandes Costa é graduada em Engenharia
Ambiental pela Universidade Federal do Tocantins, com especialidade em
construções sustentáveis. Ingressou no Exército em 2009, atuando na seção de
meio ambiente do Departamento de Engenharia e Construção (DEC). Segundo
reportagem da BBC, ela possui ainda licenciatura em Educação Profissional pelo
Instituto Federal de Brasília (IFB) e já foi professora substituta do Curso
Técnico em Controle Ambiental na mesma instituição, ministrando aulas de
Tratamento de Água, Introdução ao Controle Ambiental e Gerenciamento de
Resíduos Sólidos Há pouco menos de um ano Liane deixou as Forças Armadas após
cumprir seu tempo de serviço na instituição (já que não era militar de
carreira), cujo prazo máximo é oito anos. Agora tenente da reserva, Liana atua
como estagiária na área de engenharia do IBAMA.
Já Silvia Nobre Waiãpi é mais conhecida dos brasileiros por
ter sido a primeira mulher indígena a ingressar no Exército Brasileiro.
Fisioterapeuta de formação, Silvia comanda o Serviço de Medicina Física e
Reabilitação em Fisioterapia do Hospital Central do Exército no Rio de Janeiro.
Além de seu trabalho médico nas Forças Armadas, a tenente é atleta e escritora
premiada com a medalha Cultural Castro Alves, a medalha Monteiro Lobato e
também um prêmio de jovem escritora da Academia Literária Feminina do Rio
Grande do Sul. Para chegar a este status social e profissional, Silvia teve que
superar não só a condição de indígena como a própria pobreza: a militar chegou
a ser moradora de rua e vendedora de livros antes de concluir sua formação. Uma
curiosidade é que ela atuou como atriz em uma minissérie da Rede Globo
interpretando justamente uma indígena que havia sido retirada de sua tribo para
trabalhar como doméstica.
Outro grande nome técnico designado por Bolsonaro foi a
economista e professora universitária Clarissa Costalonga e Gandour é
especialista em monitoramento da eficácia de políticas públicas para
preservação do meio ambiente. Ela tem graduação, mestrado e doutorado na
faculdade de economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Atualmente é analista sênior do escritório carioca do CPI (Climate Policy
Initiative), onde coordena o desenvolvimento de projetos estratégicos.
Curiosamente a indicação da primeira mulher já confirmada
para ocupar um ministério não foi escolha do presidente, mas sim o cumprimento
de uma promessa de campanha – que era a de consultar a bancada ruralista sobre
a indicação para ocupar o Ministério da Agricultura. A escolhida foi a deputada
federal Tereza Cristina, do Democratas do Mato Grosso do Sul. Além de
empresária, Tereza é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal de
Viçosa e especialista na gestão do
agronegócio. Presidiu importantes entidades como a Federação de Agricultura e
Pecuária do Estado (Famasul), a Associação dos Produtores de Sementes do Estado
(Aprossul) e a Associação dos Criadores do Estado (Acrissul). Tereza Cristina
foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do
Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul durante o governo de André
Puccinelli (MDB). Neste ano, Tereza Cristina foi uma das lideranças que
defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para
fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país. Em 2014 Tereza concorreu ao
cargo de deputada federal pelo PSB e foi eleita com 75.149 votos. Depois de ter
liderado a bancada na Câmara, a deputada começou a ter problemas com os socialistas por conta do impeachment
de Dilma Rousseff (a deputada votou sim). Posteriormente Tereza não aceitou a
posição de apoio ao petismo adotada pelo PSB depois do impeachment, fato que a
levou a romper de vez com os socialistas. A partir daí Tereza se aproximou do
DEM, partido na qual se filiou em dezembro de 2017. Líder da Frente Parlamentar
do Agro, a deputada declarou apoio a Jair Bolsonaro mesmo antes de seu partido
fechar com a chapa de Geraldo Alckimin. Reeleita deputada federal em 2018,
pediu votos para Bolsonaro em seu estado. Quando o presidente eleito pediu que
a Frente Parlamentar do Agro indicasse um nome para ocupar o Ministério, Tereza
Cristina foi aclamada por seus pares. A indicação foi muito elogiada pelo
mercado e pelos produtores rurais. Quem também se entusiasmou com Tereza foi o
tucano Xico Grazziano, um dos quadros técnicos de maior prestigio no partido
que por acaso é engenheiro agrônomo, doutor em administração , professor
universitário e ex-secretário do Meio-Ambiente de São Paulo. Segundo ele, foi
um golaço.
Notem que todas as indicações de mulheres não obedeceram a
máxima pregada pelas esquerdas sobre a necessidade de “representatividade pela
representatividade”, ou seja, coloca qualquer um apenas para fazer bonito sem
se preocupar com resultados. As escolhas foram técnicas, e por acaso os nomes
mais qualificados eram de cinco mulheres – sendo que uma delas é indígena. É
evidente que a esquerda não gostou, tanto que tratou logo de detonar alguns
nomes. Tereza Cristina foi atacada por ser defensora da adoção de uma política
flexível e moderna com os defensivos agrícolas. Por conta disso foi apelidada
de “Muda do Veneno” pelos amigos do MST, e sua escolha para o ministério foi
classificada de “retrocesso”. Já a tenente Silvia Nobre Waiãpi foi atacada por
Sonia Guajajara (vice de Guilherme Boulos nestas eleições). Para a india
comunista, “Silvia não é liderança e nem fala pelos índios mesmo sendo
indígena”. Mas isso é meio óbvio: ela não foi nomeada por ser índia ou mulher,
mas por ser competente e ter o que acrescentar na transição para o novo
governo. O mesmo pode ser dito sobre todas as outras, que mesmo sendo mulheres
tiveram que provar que seus currículos as qualificavam para a posição. Esta
forma de seleção meritocrática é exatamente o que os brasileiros que elegeram
Bolsonaro esperavam dele, para o desespero dos extremistas que vivem de
demagogia.
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