É quase isso...
Numa coisa Karl Marx estava certo: o capitalismo é um regime
de exploração. Mas daí partiu para uma conclusão errada: só o trabalhador
produz riqueza e o capitalista só explora. Não é verdade, e essa conclusão
errada foi responsável pelo fracasso dos governos comunistas, que excluíram a
iniciativa privada –ou seja, o empreendedor– e puseram em seu lugar meia dúzia
de burocratas do partido, incapazes de gerir até mesmo uma quitanda.
É curioso que ninguém se tenha dado conta disso, a começar
pelo próprio Marx, homem culto e de rara inteligência. Talvez a razão de tal
equívoco tenha sido o caráter selvagem do capitalismo do século 19, que
explorava os trabalhadores sem qualquer escrúpulo.
Marx via os capitalistas, portanto, como cruéis exploradores
que não mereciam participar da sociedade igualitária do futuro, a qual, segundo
ele, seria governada pela ditadura do proletariado. O que, aliás, nunca
aconteceu nem podia acontecer, uma vez que, a começar por ele, quase todos os
líderes revolucionários de esquerda eram de classe média.
Chego a pensar que tampouco a classe operária sonhada por
Marx era revolucionária. O operário não só não tinha conhecimento dos problemas
da sociedade como temia perder o emprego, uma vez que não lhe restaria outro
meio de sobrevivência.
Ele era pobre, o irmão era pobre, o pai era pobre. Já o cara
de classe média, se perdia o emprego, tinha o pai para socorrê-lo ou algum
outro parente. Por isso o operário pensava duas vezes antes de se meter em
encrenca.
Tanto isso é verdade que, em nenhum país desenvolvido, a
revolução operária aconteceu. Nos Estados Unidos, que possuíam a maior classe
operária do planeta, o partido comunista nunca teve qualquer importância.
A verdade é que, se sem o trabalhador não há produção, sem o
empresário também não há. Neste momento, aqui mesmo no Brasil, há milhões de
pessoas inventando agora pequenas empresas, médias empresas, grandes empresas,
que vão promover o crescimento econômico do país, gerar empregos e riqueza.
Mas não é o empresário que, sozinho, vai pôr sua empresa
para funcionar; precisa do trabalhador. O problema é que a riqueza produzida
assim é mal dividida: o patrão fica com a parte do leão. Daí a desigualdade que
caracteriza a sociedade capitalista e que, se já não é a mesma que no século
21, tampouco conseguiu eliminar a pobreza, mesmo em países desenvolvidos.
Está errado, mas também não estaria certo todo mundo ganhar
a mesma coisa, uma vez que as pessoas têm capacidades diferentes. Nem todo
mundo é Bill Gates ou Pelé ou Picasso. Tampouco tem sentido alguém ganhar
milhões de dólares por hora enquanto outros mal ganham para sobreviver.
A conclusão a tirar de tudo isso, conforme penso, é que, se
o regime capitalista tem a virtude de produzir riqueza, é uma riqueza
desigualmente dividida. A conclusão inevitável é que devemos batalhar por uma
divisão menos injusta possível.
Inteiramente justa, jamais o conseguiremos, porque, como se
viu, a própria natureza é injusta, cria pessoas com capacidades desiguais. A
justiça é, portanto, uma invenção humana e, por isso mesmo, depende das pessoas
e das instituições para acontecer de fato.
Mas não é assim que pensam certos políticos que decidiram
pôr, no lugar do marxismo extinto, um populismo dito de esquerda, que se vale
da referida desigualdade social para ganhar o apoio dos mais pobres para chegar
ao poder e pôr em prática programas assistencialistas, que não resolvem os
problemas; pelo contrário, os agravam, como ocorre hoje na Venezuela, na
Argentina e no Brasil.
Não há exagero, portanto, em apontar o caráter demagógico do
populismo que, chegado ao governo, faz o contrário do que prometeu.
É possível até que, em alguns casos, acreditem, na sua visão
equivocada, que têm a solução dos problemas, mas, na hora de enfrentá-los, veem
que, nesse campo, milagres não acontecem. O resultado é o desastre, de que é
exemplo o governo Dilma no Brasil.
Mas esse populismo está sendo desmistificado pela realidade
dos fatos, como ocorreu agora mesmo na Grécia, onde o premiê Alexis Tsipras
teve que fazer exatamente o contrário do que prometeu para chegar ao poder:
submeteu-se às imposições dos credores.
"É curioso que ninguém se tenha dado conta disso, a começar pelo próprio Marx, homem culto e de rara inteligência".Marx não foi um homem culto, muito pelo contrário, quanto à sua inteligência, era realmente rara, havia pouquíssima inteligência em Marx.
ResponderExcluirMarx foi alçado à condição de gênio pela propaganda soviética e a mentira está fazendo efeito até hoje, as pessoas continua acreditando inclusive que houve governo soviético na Rússia. Então, com minha humilde arrogância e enorme insignificância, vou esclarecer algumas questões:
a) Não existe regime capitalista nem regime comunista, são apenas chavões que nada dizem e nada significam, mas servem para expressar a existência de um inimigo, da mesma forma como são usadas as palavras esquerda e direita.
b) Os primeiros opositores do livre mercado foram chamados de capitalistas pelo socialistas, que defendiam o livre mercado. O livre mercado de Adam Smith diz que a riqueza é produzida pelo trabalho, enquanto que o capitalista desejavam que a produção de riquezas estivesse subjugada ao capital, ou seja, dinheiro gera dinheiro. Portanto é impossível haver um regime capitalista, o capitalismo só ocorre com a manipulação do mercado, como aquela que causou a crise que eclodiu em 2008.
c) O comunismo é pura e simplesmente a ação dos comuns, ou as comunas. Para que um movimento possa ser considera uma comuna ele não pode ter sido planejado e liderado por alguém ou por algum grupo. A característica principal do comunismo é contrária à característica principal de regime, portanto é impossível haver regime comunista.
(argento) ... mais curioso ainda é que Adam Smith precede Karl Marx, ... ambos morreram no Reino Unido ...
ExcluirSão os dois famosos mais desconhecidos do mundo.
Excluir(argento) ... ih!, como ousas falar assim de dois "papas" da "mudernidade"?; apenas por curiosidade, ambos Precederam Sigmund Freud! - vai diser que são três ilustres desconhecidos ...
Excluir(argento) ... hehehehe, assim como a Ética precede a Moral, a SEDUÇÃO precede a Força, ambas são aplicáveis, não necessariamente nesta ordem ...
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