Parece que seu Jihad começou a aprender que pimenta no fiofó dos outros não é refresco! |
A cada dia que passa fica mais difícil para quem tem QI
acima de ameba ter um pingo de tolerância com os islâmicos. Hipocrisia é o
que não falta em nenhum deles.
Está difícil
ser muçulmano. Aonde você vai, vira alvo
IstoÉ
Líder de milhares de fiéis em
115 mesquitas e salas de orações no Brasil, o xeque Jihad Hassan Hammadeh é um
dos muçulmanos mais influentes do País. Clérigo formado pela Universidade de
Medina, na Arábia Saudita, é hoje presidente do Conselho de Ética da União
Nacional das Entidades Islâmicas. Além dos títulos, conquistou notoriedade fora
do meio religioso explicando sua fé depois do atentado de 11 de setembro de
2001, em Nova York, e trabalhando como consultor de cultura muçulmana da novela
“O Clone”, exibida pela Rede Globo. Nascido em Damasco, na Síria, nação hoje
destroçada por conflitos políticos e religiosos, Hammadeh chegou ao Brasil com
oito anos, junto à família de comerciantes. Quando criança, não havia ninguém
no País que pudesse esclarecer suas dúvidas sobre o Islã. Por isso, entre 1981
e 1991, estudou a religião no exterior. Voltou para passar aos brasileiros o
conhecimento que recebeu. Bem-humorado e didático, o xeque falou à ISTOÉ.
Doze brasileiros foram presos na
semana passada por jurar fidelidade ao Estado Islâmico. Como o senhor vê esse
feito?
Eu conhecia duas das pessoas que
foram presas em São Paulo. Mas uma coisa é você conhecer, outra é saber o que
se passa na cabeça delas. Por fora, demonstravam serem pessoas tranquilas. Um
deles, inclusive, é um comerciante que passou por dificuldades com a crise
econômica, como qualquer outro. Os dois nunca deram sinais de radicalismo. De
agora em diante, é preciso apurar os fatos para descobrir a verdade, dando
chance para eles se defenderem. Se forem realmente culpados, serão um risco
para a segurança de todos, inclusive a dos muçulmanos. Nesse caso, que sejam
punidos de acordo com a lei.
O governo reforçou o esquema de
segurança no Rio para a Olimpíada. Como a medida reflete na população islâmica?
Tenho relatos de pessoas que nunca
haviam sido revistadas durante toda uma vida no Rio. Desde que o esquema de
segurança começou, elas foram revistadas duas ou três vezes, apenas por serem
muçulmanas. Recentemente a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) lançou um
cartaz mostrando como reconhecer um terrorista, dizendo que pessoas com roupas
estranhas são suspeitas. Qualquer muçulmano pode se encaixar nessa descrição.
Houve na comunidade islâmica um alvoroço. O próprio governo brasileiro está
criando medo e discriminação. O legado deixado pode ser muito ruim para a
sociedade brasileira.
Existe muito preconceito contra
o islamismo?
O preconceito está crescendo, existe
uma onda. O estereótipo de que o islamismo está ligado ao terrorismo piorou
muito desde 2001, com o atentado ao World Trade Center. E tende a aumentar. O
muçulmano se sente injustiçado, calado. A discriminação traz esse sentimento.
As pessoas à sua volta começam a olhar diferente. Aonde você vai, vira alvo de
cochichos, de olhares. É especialmente desagradável quando as pessoas começam a
se afastar se você põe a mão no bolso para pegar qualquer coisa, como uma
carteira ou um celular.
Como é ser muçulmano hoje no
Brasil?
Está muito difícil, já passei por
muitas saias justas. O aeroporto é um local onde essas coisas sempre acontecem.
Começa com pessoas fazendo piadinhas na fila, falando coisas como ‘nesse avião
eu não entro’. Mas pode ficar bem pior do que isso. Houve uma vez, por exemplo,
em que eu estava num voo com outro xeque muçulmano. Escutei uma confusão antes
da decolagem, mas a princípio nem sabia que era comigo. Só depois descobri o
que aconteceu. Outro passageiro pediu que os comissários de bordo nos
retirassem do avião. Ele alegou que não se sentia seguro. Os funcionários
disseram que não iam nos retirar, mas que o homem poderia sair caso não estivesse
à vontade. E ele saiu.
É mais difícil para as mulheres?
Sim, muito mais. Certa vez eu
encontrei um grupo de palestinos desembarcando em Brasília. Uma senhora estava
de véu e uma das funcionárias do aeroporto mandou retirá-lo. Mas com muita
rispidez, muita agressividade. Primeiro a senhora disse que não iria, depois
ficou com medo e obedeceu, na frente de todo mundo. Foi coagida. O lugar possui
quartinhos para fazer revistas nesses casos. O que aconteceu foi puro
preconceito. Uma freira com a cabeça coberta, com certeza, não seria tratada da
mesma forma.
O Estado Islâmico representa os
ideais muçulmanos?
Não. O verdadeiro islamismo busca a
paz e a justiça. O Estado Islâmico não tem embasamento e pratica o contrário
disso. Todos os muçulmanos do mundo são contrários a eles, mesmo porque a
maioria das vítimas é da própria religião. Estima-se que aproximadamente 25 mil
pessoas façam parte dessa organização, mas somos 1,5 bilhão de muçulmanos no
mundo. É uma fração ínfima. Eles não têm representatividade para a atenção que
estão tendo. Eles querem visibilidade, e é isso que estamos dando.
O Corão, livro sagrado do
islamismo, promove a paz. Mas também prega o combate aos infiéis. Há uma
contradição?
Não existe contradição. A pessoa se
torna infiel quando agride os princípios do islamismo, como o conceito da
justiça. Essas passagens querem dizer que é preciso combater o injusto,
independentemente do credo deles. E ainda defender o injustiçado, seja ele
muçulmano ou não. Por exemplo, tem uma passagem que diz ‘matai os infiéis, onde
quer que os encontre’. Existe um contexto. Entre os incrédulos da cidade de
Meca e os muçulmanos de Medina havia um acordo de não agressão. E quebrar esse
acordo era passível de pena de morte. É isso que significa. Porém a pessoa que
lê sem conhecimento pensa que Deus falou para sair matando todo mundo. É uma
interpretação errada dos ensinamentos do Corão.
Nesse sentido, existe pouca
diferença entre o islamismo e outras religiões?
A mesma coisa acontece na Bíblia,
onde existem muitas passagens violentas, especialmente no Velho Testamento. E
nem por isso é um livro de violência. No Corão, apenas cento e poucos
versículos falam de violência. Temos 6 mil no total.
O Islã também defende a
destruição de importantes símbolos de outras religiões?
Se a prática de grupos como a Al
Qaeda e o Estado Islâmico seguisse os preceitos religiosos, todo esse legado
não teria chegado até nós passando por 14 séculos de governo islâmico. Graças
aos muçulmanos, os filósofos gregos chegaram até os dias de hoje. Se não fosse
por eles, não estaríamos usando o computador ou o celular, já que foi o povo
que inventou o número zero. A destruição é somente um chamariz para chamar
atenção. A nossa religião prega que nunca se deve ofender os símbolos
religiosos dos outros, porque sempre haverá revide.
Os onze brasileiros presos em várias
cidades são suspeitos de planejar ataques com base na interpretação equivocada
do Corão, inspirada no Estado Islâmico. Como eles, jovens em Nice (França) e
Orlando (EUA) arquitetaram massacres baseados na ideologia da organização,
mesmo sem ter contato direto com o grupo. Como impedir que mais pessoas sejam
levados ao radicalismo?
Conscientizando as pessoas, nunca
através da força. Fanatismo é ignorância e é preciso combatê-lo com
conhecimento. Um detalhe é que muitas vezes essas pessoas não têm ligação
nenhuma com a religião. Por exemplo, os vizinhos do autor do atentado de Nice
dizem que ele não era muçulmano, que usava drogas. Como ele largou o vício e se
radicalizou de um dia para outro? Já em Orlando, foi dito que a pessoa sofria
preconceito por ser muçulmana. A discriminação pode levar a crimes, claro. Como
o ciúme pode também. Mas é um crime comum, não acho que seja um ato de
terrorismo em nome do islamismo. E não há muito cuidado na divulgação dessas
informações. Quando se vê um nome esquisito já se fala em extremismo religioso,
o que nem sempre é verdade. Há uma supervalorização do Estado Islâmico.
Os muçulmanos querem viver num
estado islâmico, nos moldes de país defendido pelo grupo terrorista?
Os muçulmanos querem um estado
justo. Tanto é que muitos foram morar na Europa ou nos EUA porque lá os
direitos eram garantidos. O lugar que me respeita é o lugar onde eu quero
viver. Os muçulmanos querem ter justiça, como qualquer um. Do que adianta viver
numa nação onde a religião é pregada, mas o governo é ditatorial? A aplicação
da legislação islâmica é a aplicação da justiça, não a definição do horário que
a população tem que rezar. Deus colocou que não pode haver imposição da
religião.
No passado, o mundo muçulmano já
foi muito mais avançado e tolerante do que o cristão. Por que os papeis parecem
ter se invertido?
Depois da 1ª Guerra Mundial, os
colonizadores deixaram as nações da região em estado de caos. A intolerância é
causada por muitos elementos nesse pano de fundo. Os fatores econômicos,
políticos e culturais são os verdadeiros responsáveis pela situação. Pobreza,
desigualdade e analfabetismo são quem devemos culpar, e não a religião.
Como o senhor enxerga as charges
críticas ao islamismo, como as feitas durante muito tempo pelo jornal satírico
francês Charlie Hebdo?
Eu não sou contra críticas, elas são
o direito de qualquer um. No entanto, acredito que a liberdade de expressão
tenha limites. Esse limite é o do respeito. Tanto Jesus quanto o profeta Maomé
disseram para amar o outro como se fosse a si mesmo. Para não ofender o outro
como não gostaria de ser ofendido. Agora, se eu não gostei, ainda existe a
Justiça. Eu devo me proteger dentro do estado de direito. Não posso agredir
ninguém, quebrar a lei. E, mesmo quando a justiça não é feita
institucionalmente, existem formas legais de luta. Por exemplo, depois das
charges ofensivas de um jornal da Dinamarca, os muçulmanos pararam de comprar
produtos daquele país. As mercadorias encalharam nos supermercados, o que é
muito mais efetivo do que agir pelo ímpeto.
Tá difícil ser islâmico? Tente deixar o islamismo e você (Sr. Jihad) vai descobrir o que é ser alvo.
ResponderExcluir(argento) ... taí, Milton, isso é algo que eu gostaria de ter escrito - "se trocar o Islamismo pelo Cristianismo, vai descobrir, rapidinho, o que é ser O Alvo" ...
ExcluirIslamico ou catolico ou o que for,nada tem haber! A prensa (JORNAIS E POLITICAS),tem que ser mais objetivas.O terrorismo não é RELIGIOSO e sim apenas onde é de CARÁTER ISLÂMICO por motivos ECONÓMICOS onde todos professam uma religião. É a verçao 2 dos judeus desde 2000.
ResponderExcluirNão entendi muito bem, Pedro, mas que motivos econômicos são esses? Não se esqueça que não há nada no islamismo que não esteja ligado à religião: justiça, economia, educação, saúde e por aí afora.
ExcluirRicardo, você não entendeu muito bem e eu não entendi patavinas.
Excluir(argento) ... não sei, talvez se o Pedro escrever na língua natal ...
ExcluirPois é. O Pedro e família são meus grandes amigos. Só que ele é um venezuelano que esqueceu o espanhol e não aprendeu o português.
ExcluirEssa foi boa, eu ia comentar com o Argento, que faltava descobrir a língua natal, mas agora você (Ricardo) já explicou a situação.
Excluir