Não morro de amores por Reinaldo Azevedo, mas nessa ele
mandou muito bem!
Acho que a abertura da Olimpíada será, sim, bacana e
emocionante. Aposto que a maioria das disputas se dará sem incidentes e que, ao
fim de tudo, vai se considerar que o país fez bonito. Assim foi com a Copa do
Mundo.
O ponto é outro.
Parte do mau humor de parcela considerável dos brasileiros
com os Jogos se dá por contaminação. O que vai mal no país é a economia. O que
está em transe é a política.
A Copa do Mundo, apesar da humilhação da nossa seleção em
campo, foi bem-sucedida como evento. Não fossem a roubalheira e a megalomania,
poder-se-ia dar mais relevo a benefícios óbvios que restaram para a população —
a modernização dos estádios é um deles. O torcedor merece esse respeito. Errado
é assaltar os cofres públicos.
A população da cidade do Rio experimenta, sim, melhorias
óbvias em alguns serviços. Elas estão aí por causa dos Jogos. Os infortúnios da
segurança pública, por exemplo, não estão relacionados a evento. Ao contrário:
essa é a resposta que o país que abrigou a Olimpíada não conseguiu dar.
Se, desde o começo, Copa e Jogos não estivessem ligados ao
discurso cafona, populista e patrioteiro de um partido político, flagrado com a
boca na botija, os brasileiros se sentiriam liberados para comemorar mais e,
por que não?, até para se orgulhar.
Não é a nossa capacidade de realizar eventos gigantescos que
está em questão. Setores da economia brasileira dominam tecnologia de ponta
capaz de rivalizar com o que de melhor se faz mundo afora.
O nosso primitivismo está em outro lugar. É a política que
ainda é movida a tração animal; é o respeito aos direitos individuais que ainda
está no lombo do burro; é o arcabouço legal para empreender que ainda é movido
a vapor; é o respeito à cidadania que ainda é analógico; é a tara pelo
estatismo que ainda revela uma noção de país coberta de sapé e sentada de
cócoras. Como o Jeca Tatu. Como a casa do Jeca Tatu.
Infelizmente, desde a sua fundação e ao longo de 13 anos no
poder, o PT fez dessa soma de atrasos uma ética e uma estética. E nos empurrou
para o buraco. Mas estamos começando a sair dele.
Assim, meu bom brasileiro, vibre com os Jogos. Tenho a
confiança de que dará quase tudo certo. De zero a dez, a nota final ficará
perto de nove.
O nosso problema está no advérbio, está no “apesar”. Sem os
jogos, só estaríamos mais tristes.
Como país, temos de cuidar é dos nossos pesares, em vez de
censurar a nossa disposição para a celebração.
Divirta-se!
Isso é o que eu chamo de otimismo: "Aposto que a maioria das disputas se dará sem incidentes [...]". Então tá, quer dizer que ele aposta que haverá incidentes, mas apenas na minoria das disputas.
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ResponderExcluir(argento - a Politika continua sob Controle!) ... divirta-se com os Jogos; o que deveria nos envergonhar já estava aqui antes deles (COI/FIFA?); sim, claro, o que vai mal é a Economia, motivo mais que suficiente para que a Olimpiada não fosse realizada mo BraZiu - venceu a Canalha Politika, venceu a tática do ENDIVIDAR, quebra-se a economia para cobrar (aumentar) impostos. Quem são os que (sempre) Pagamos as dívidas? ...
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