7 exemplos de como Lula é retratado como herói nos livros
didáticos brasileiros
Rodrigo da Silva, no site Spotnicks
Em meio às discussões envolvendo o Projeto Escola Sem
Partido (PLS 193/2016, PL 1411/2015 e PL 867/2015), que promete combater o que
os seus autores entendem como manipulação ideológica em sala de aula, não são
raros os casos de obras didáticas de história e geografia, disponibilizadas a
milhões de estudantes do ensino médio e fundamental da rede pública de ensino,
prestando homenagens a um super-herói da vida pública brasileira: o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Há inúmeros casos estapafúrdios, como no livro “História
para o Ensino Médio”, da Editora Saraiva, adotado em todo país. Nele, entre
outras peças de propaganda, os escândalos dos governos petistas são encarados
como meros conchavos de oposição.
“O caso conhecido como ‘mensalão’, amplamente explorado pela
imprensa liberal de oposição ao petismo, foi a denúncia mais grave do período.
O PT foi acusado de organizar um esquema de compra de parlamentares para apoiar
os projetos do governo, e a denúncia tomou a proporção de um escândalo sem
precedentes. Os setores conservadores da sociedade e da imprensa passaram a
atacar o governo diuturnamente”.
A história se repete outras tantas vezes. Para os autores do
livro “Caminhos do Homem”, da editora Base Editorial, por exemplo, o governo
Lula foi um tremendo sucesso. Para eles, “os grandes avanços obtidos em várias
áreas” e a “ampliação de programas sociais que favorecem os mais pobres” são
“indicadores amplamente positivos do governo Lula” – por isso, suas duas
vitórias eleitorais “simbolizaram a vitória de um projeto social alternativo
para a consolidação da cidadania plena no país”.
Nem o Plano Real, capitalizado politicamente pelo maior
adversário político de Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, escapa.
No livro “Novo Olhar História”, da editora FTD, por exemplo, o trecho que fala
sobre o plano econômico já traz no título um olhar tendencioso: “Plano Real e
seus custos sociais”.
Os exemplos são inúmeros. Abaixo, separamos outras 7 vezes em
que Lula entrou para os livros didáticos brasileiros como um super-herói (e
como seus adversários são os arqui-inimigos do país).
1. “História e Vida Integrada”
O livro “História e Vida Integrada” é um best seller do
mercado de livros didáticos do país. Publicado pela Editora Ática, com autoria
dos irmãos Nelson Piletti e Claudino Piletti, é destinado ao alunos do 9º ano
do ensino fundamental (a antiga 8º série).
Livros didáticos aprovados pelo Ministério da Educação para
alunos do ensino fundamental trazem críticas ao governo Fernando Henrique
Cardoso (PSDB) e elogios à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das
exigências do MEC para aprovar os livros é que não haja doutrinação política
nas obras utilizadas.
Em seu capítulo 19, o livro enumera problemas do governo
FHC, como crise cambial e o apagão, e traz críticas às privatizações. No item
“Tudo pela reeleição”, os autores citam denúncias de compra de votos no
Congresso para a aprovação da emenda que permitiu a permanência do tucano no
posto mais alto do país. O fim da gestão FHC aparece no tópico “Um projeto não
concluído”, que lista dados negativos do governo.
A análise sobre Lula é completamente diferente. O livro cita
a “festa popular” da posse e diz que o petista “inovou no estilo de governar”
ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. O escândalo do
mensalão é citado ao lado de uma série de dados positivos.
O professor Claudino Piletti, coautor do livro, concorda que
sua obra é mais favorável ao governo Lula. “Não tem o que contestar”, afirmou à
Folha.
Claudino se desculpou dizendo que é responsável pela parte
de história geral da obra e que a história do Brasil ficou a cargo de seu
irmão, Nelson. Claudino assumiu que critica o irmão pela tendência pró-Lula e
vai tentar convencê-lo a mudar a obra.
“Não dá para ser objetivo. O professor de história tem suas
preferências, coloca sua maneira de pensar. Realmente ele [Nelson] tem esse
aspecto, tradicionalmente foi ligado à esquerda e ao PT”, disse Claudino.
Nelson Piletti já foi candidato a deputado federal pelo PT.
2. “História em
Documento”
O livro “História em Documento”, da historiadora Joelza
Ester Domingues, foi publicado em 2007, pela Editora FTD. Na obra, que também é
destinada aos alunos do 9º ano do ensino fundamental, ao analisar a eleição de
FHC, a autora afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta:
“Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos
conservadores das elites”.
Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na
sustentação da ditadura militar. Quando o assunto é o governo Lula, a autora –
que diz ter sido imparcial – inicia com a luta do PT contra a ditadura
(sustentada pelos aliados de FHC) e apenas cita que o partido fez “concessões”
ao fazer “alianças com partidos adversários”.
Assim como “História e Vida Integrada”, o livro “História em
Documento” foi aprovado pelo MEC em 2009. À época, o ministro da Educação,
Fernando Haddad, disse que os livros eram imparciais e que tinham passado por
seleção rigorosa.
3. “Estudos de
Geografia”
O livro “Estudos de Geografia”, dos professores James Onnig
e Ivan Lazzari Mendes, editado pela Saraiva, chamou a atenção do deputado
federal, e delegado da PF, Fernando Francischini. Segundo ele noticiou em suas
redes sociais no ano passado, ao estudar com seu filho o conteúdo do livro,
teve uma surpresa: o livro era uma propaganda escancarada de Lula (e um
manifesto de oposição aos seus adversários políticos).
O deputado postou as imagens acima, com algumas páginas do
livro, em seu perfil no Facebook.
4. “História Geral e do Brasil”
Publicado pela Editora Spicione, o livro “História Geral e
do Brasil”, dos historiadores Gianpaolo Dorigo e Cláudio Vicentino, pinta os
mesmos quados comparativos. Nele, o PSDB é um partido “supostamente ético e
ideológico” e os anos de Fernando Henrique foram tempos de desemprego, de
“compromissos com as finanças internacionais”, em que “o crime organizado
expandiu-se em torno do tráfico de drogas, convertendo-se em verdadeiro poder
paralelo nas favelas”. E mesmo “dentro das prisões”, transformadas em “centros
de gerenciamento do tráfico e do crime organizado”, acrescentam os autores.
O livro critica a prioridade “da poupança externa”, em
detrimento da interna, durante o governo FHC. Para fundamentar sua postura, os
autores citam o historiador americano marxista Perry Anderson, que teria
qualificado a medida de “ingênua e provinciana”.
FHC fez alianças com “um partido supostamente ético e
ideológico, o PSDB, e outros partidos supostamente fisiológicos, PFL, PMDB e
PTB”.
A abordagem em torno do governo Lula, no entanto, é bem
diferente. Os autores destacam a ascensão do PT ao governo, “um partido
considerado de esquerda”. Para eles, a “observação de sua prática
administrativa” constituíram “importante aprendizado político”.
O livro termina apresentando a tensão entre o Brasil
“pessimista”, dos anos FHC, com os anos “otimistas” de Lula, e conclui com um
prognóstico:
“As boas notícias nos últimos anos indicavam que talvez os
anos do pessimismo a toda prova já tenham passado e, nesse caso, pode ser o
momento do não negativo como um novo paradigma para o Brasil”.
5. “Projeto Coopera
História”
O “Projeto Coopera História”, do PNLD 2016, é direcionado
aos alunos do 5º ano do ensino fundamental e também não escapa da análise
maniqueísta em torno dos recentes governos presidenciais. Sobre o primeiro
mandato de FHC os autores dizem que:
“O programa de privatizações continuou de forma acelerada;
entre as estatais vendidas incluíram-se empresas de telecomunicações, energia
elétrica, mineração e setor financeiro.”
No livro do professor há a seguinte recomendação de
acréscimo:
“Como exemplo de privatização, é possível citar a venda da
Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), da Empresa Brasileira de Aeronáutica
(Embraer) e a divisão do sistema Telebrás.”
O livro elege e enumera outros pontos negativos do governo
além da venda de estatais: apagão de energia, aumento das dívidas interna e
externa, crescimento do desemprego, desigualdade na distribuição de renda,
corrupção no processo da reeleição e favorecimento aos grupos financeiros.
Ao falar dos governos Lula, no entanto, a abordagem é bem
diferente:
“Ele foi o primeiro presidente originário das camadas mais
pobres da população.”
Em seguida, diz que o maior desafio dele foi combater a
miséria e o desemprego. Para tanto, “buscou garantir à população mais carente
direitos essenciais.”
Além de oferecer “bolsas de estudo para jovens pobres em
universidades particulares”, o presidente Lula combateu a seca na região
Nordeste e promoveu a integração nacional.
E no último parágrafo, afirma que “o governo Lula teve como
principais marcas a retomada do crescimento do país, a redução da pobreza e da
desigualdade social, a estabilidade econômica, o fortalecimento do país nas
relações internacionais.”
O livro do professor, como subsídio argumentativo sugere ao
professor “comentar com os alunos que o Bolsa Família ajudou, de certa forma,
na educação e na saúde das crianças, pois as famílias beneficiadas pelo
programa eram obrigadas a manter os filhos na escola e levá-los aos postos de
vacinação.”
Sobre os escândalos de corrupção, o livro desdenha:
“Alguns escândalos políticos prejudicaram a imagem do
governo, no entanto os bons resultados obtidos possibilitaram que, em 2006,
Lula fosse reeleito para seu segundo mandato.”
Dilma, por sua vez, é apresentada como “a primeira mulher
presidente do país” (o negrito é do próprio livro, para marcar a importância do
acontecimento). Na comparação com o governo Lula, seu governo possibilita a
continuidade dos programas sociais como o Bolsa Família e ainda acrescenta
outros. Ela também é retratada como alguém que aumentou o nível de emprego e o
valor do salário mínimo; diminuiu o desmatamento da Amazônia; reduziu a
pobreza, as desigualdades sociais e a mortalidade infantil.
Os autores também procuram isentar a presidente Dilma dos
pontos negativos de seu governo, creditando-os às circunstâncias de percurso. A
queda no crescimento do país, por exemplo, é em virtude da crise mundial – e
não por políticas econômicas equivocadas – e pela demissão de ministros
envolvidos em corrupção.
No livro do professor, há uma orientação para o professor:
“Comentar com os alunos que, o Plano Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional, em 2014 se conseguiu no Brasil a primeira geração de
crianças sem fome, quebrando o ciclo de pobreza que há séculos domina a
história do país.”
O livro é direcionado para crianças na faixa dos dez anos de
idade.
6. Vestibular da
Universidade Federal do ABC
Em 2013, Lula recebeu o título de doutor honoris causa da
Universidade Federal do ABC.
A Universidade Federal do ABC foi escolhida para ser o
carro-chefe da propaganda em torno dos projetos de expansão das universidades
federais durante os governos Lula e Dilma. Criada por Lula, em 2005, no seu
berço político, a região do ABC, a instituição virou uma espécie de
“queridinha” do ex-presidente.
Desde seu nascimento, no entanto, a instituição não escapa
do proselitismo político. Logo em seu primeiro vestibular, em 2006, a UFABC
apresentou textos com apoio ao presidente Lula.
“A prova é uma propaganda para o governo Lula”, afirmou na
época o professor de história da UFSCar, Marco Antonio Villa. “No que diz
respeito ao país, foram escolhidas apenas notícias positivas.”
Em discussão no vestibular, a auto-suficiência do país em
petróleo, a diminuição das queimadas no interior paulista e o aumento da
expectativa de vida dos brasileiros. A prova usou como base notícias publicadas
pela imprensa.
Numa questão, o candidato deveria “analisar” o convite das
centrais sindicais CUT e Força Sindical para a comemoração do Dia do Trabalho.
O selo da CUT dizia: “Valorize o emprego e a ampliação dos
direitos”. Segundo o gabarito oficial, a resposta era a que afirmava que “a CUT
defende o emprego e a reeleição de Lula à Presidência da República”.
“A resposta faz uma defesa da CUT e uma ligação subliminar
entre a reeleição do presidente e a luta pelo emprego”, afirmou o professor de
história Ciro de Moura Ramos. “É uma questão ideológica, imperdoável”.
O vestibular foi feito pela Vunesp, que negou que a prova
tivesse qualquer apoio à gestão Lula.
Em 2013, Lula recebeu o título de doutor honoris causa da
Universidade Federal do ABC.
7. “Estudos de
História”
Outra obra que possui viés maniqueísta da história é o livro
“Estudos da História”, da editora FTD. Como conta Fernando Schüler cientista
político, professor e doutor em filosofia:
“No livro Estudos de História, da Editora FTD, por exemplo,
nossos alunos adolescentes aprenderão o seguinte sobre o governo de Fernando
Henrique: era neoliberal (apesar de “tentar negar”) e seguiu a cartilha de
Collor de Melo; os “resultados dessas políticas foram desastrosos”. Na sua
época, havia “denúncias de escândalos, subornos, favorecimentos e corrupção”
por todos os lados, mas “pouca coisa se investigou”.
Nossos alunos saberão que “as privatizações produziram
desemprego”, e que o país assistia, naqueles tempos, ao aumento da violência
urbana e da concentração de renda e à “diminuição dos investimentos”. E que, de
quebra, o MST pressionava pela reforma agrária, “sem sucesso”.
Na página seguinte, vem a luz. Ilustrado com o decalco
vermelho da campanha “Lula Rede Brasil Popular”, o texto ensina que, em 2002,
“pela primeira vez” na história brasileira, alguém que “não era da elite” é
eleito presidente. E que, graças à “política social do governo Lula”, 20
milhões de pessoas saíram da miséria. Isso tudo faz a economia crescer e, como
resultado: “telefones celulares, eletrodomésticos sofisticados e computadores
passaram a fazer parte do cotidiano de milhões de pessoas, que antes estavam à
margem desse perfil de consumo”.
Lendo isto, me perguntei se João Santana, o marqueteiro do
PT, por ora preso em Curitiba, escreveria coisa melhor, caso decidisse publicar
um livro didático.”
Não resta dúvida: ainda há muita coisa que os nossos
marqueteiros políticos precisam aprender com os autores dos livros didáticos
tupiniquins. Neles, um super-herói com o poder de discursar em palanques
eleitorais reina absoluto. Como se tudo não passasse de uma saga em quadrinhos.
(argento) ... liga não, é só paranóia - ás vezes acho que a falta de cadeia é proposital ...
ResponderExcluirSIMPLESMENTE UM ABSURDO!!!ESTE SER É UM HIPÓCRITA COMO TODA SUA FACÇÃO CHAMADA PT
ResponderExcluirPura doutrinação,hoje temos um monte de parasitas doentes,sujos e drogados idolatrando um sociopata ladrão,lamentável!!
ResponderExcluir== > OPA! ¿ERRADICADO OU RADICADO?
ResponderExcluir.
Agora cabe uma pergunta: "¿qual é a relação que existe entre esse texto com a matéria proposta?"
Os professores de geografia James Onnig e Ivan Lazzari Mendes, antes de se aventurarem a escrever livros, deviam estudar português, para aprender a diferença entre os verbos "radicar" e "erradicar"; o primeiro significa criar raízes e o segundo significa eliminar, o que, de acordo com a redação do texto, equivaleria dizer que o Lula foi eliminado em São Bernardo. Até que teria sido bom para o Brasil, se houvessem “erradicado” o Lula em São Bernardo do Campo.
Muito provavelmente, os mestres de português desses dois professores de geografia também estiveram preocupados em fazer doutrinação marxista na sala de aula, ao invés de ensinarem sua matéria de forma objetiva.
É esse tipo de professor desonesto que se ocupa de compelir os alunos para fora das salas de aula, visando defender um presidiário condenado, sob o pretexto de lutar contra o contingenciamento das verbas da educação, sabendo que todos os ministérios do governo federal estão na mesma situação devido ao estado falimentar legado pelos governos socialistas da Nova República.
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#Justiça_e_Cidadania_Já
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Luiz Coelho em 22/11/2016
Coisa de louco,tudo errado educação de péssima qualidade,alunos não estão preparado pra vida , noção de educação familiar,sem saber de nada,nosso presidente tem razão, são seres inúteis para vida , só Deus pra ter misericórdia dois jovens.Da nação Brasileira.
ResponderExcluirIsto chama-se distopia que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos.
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