A editora da edição alemã de Mein Kampf recebeu quase quatro
vezes mais encomendas da obra do que o número de livros publicados. O livro
regressou às livrarias alemãs na sexta-feira pela primeira vez desde 1945.
A ministra alemã da educação voltou a defender o estudo de
Mein Kampf na escolaridade obrigatória alemã.
“Trata-se de um importante instrumento de educação política.
Os liceus são o lugar indicado para que, com a ajuda dos professores, seja
divulgada esta edição comentada de um livro sobre o qual existem muitos mitos”,
argumentou Johanna Wanke.
Já no Brasil, o juiz Alberto Salomão Junior, da 33ª Vara
Criminal da Capital, proibiu a comercialização, exposição e divulgação do livro
no Rio de Janeiro sob pena de multa de R$ 5 mil, atendendo à ação cautelar ajuizada
pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Aliás, segundo O Globo de hoje, quem proibiu foi a Justiça,
o que eu discordo. Dizer que a decisão nada salomônica do juiz Alberto Salomão foi
justa é debochar da nossa cara. Sim eu sei que ele agiu em nome da Justiça como
instituição, mas O Globo, como sempre, imbuído dos ideais politicamente corretos,
resolveu amplificar a coisa.
Gostei da resposta de Luiz Fernando Emediato, editor do “Minha
Luta”, a uma autora que se sentiu indignada pela obra ter sido publicada por
ele.
Luiz Fernando Emediato: Hitler, Fernando Pessoa e os
conselhos de uma amiga
Uma autora de minha editora, a Geração Editorial toma
coragem e me dá conselhos. Para ela é uma decisão errada publicar “Minha luta”
- mesmo que seja uma edição crítica. Impressionante como um reles livro pode
provocar tanta polêmica. Um livro tão “perigoso” quanto a Biblia, o Alcorão, O
capital, o Livro Vermelho de Mao, os livros de Che Guevara - cada qual com sua
maior ou menor qualidade literária. Tive, em respeito a ela, que responder.
Carinhosamente, assim:
“Agradeço seu carinho e preocupação, mas tenho opinião
diferente. Pensei muito e discuti muito antes de tomarmos a decisão.
O racismo e o anti-semitismo precederam Hitler. A diferença
entre ele e outros é que ele chegou ao Poder, colocou as ideias em prática,
avançou mais do que devia, perdeu o controle, foi derrotado e pagou esta
derrota com a vida.
Fernando Pessoa era tão racista quanto Hitler. Escreveu
coisas horríveis e preconceituosas contra as populações dos trópicos - que
segundo ele não sabem pensar por causa do calor -e contra os pretos - que para
ele não eram “gente” e podiam ser escravizados.
Hitler queria ser pintor - teve o azar de ser militar,
chanceler e genocida.
Fernando Pessoa conseguiu ser poeta. Se tivesse sido militar
seria um assassino.
Cada qual com seu destino. Você com o seu, eu com o meu. E
cada um paga, por suas decisões, o devido preço. Estou pronto.”
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA ÚNICA maneira de evitar que o Nazismo volte a existir, é fazendo as pessoas conhecê-lo, um livro proibido é sempre um livro desejado, as organizações nazistas que existem atualmente não deixarão de distribuir o livro com edições clandestinas e sem análise crítica.
ResponderExcluirMas o Brasil está nessa situação desastrosa, até o meu livro sofre boicote das livrarias, dizem que é importado e demoram três meses para entregar. Mesmo que fosse importado, três meses é absurdo, eu já comprei livro importado e demorou no máximo um mês. A ignorância tornou-se ideal de vida no Brasil.