quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"Mein Kampf"

A editora da edição alemã de Mein Kampf recebeu quase quatro vezes mais encomendas da obra do que o número de livros publicados. O livro regressou às livrarias alemãs na sexta-feira pela primeira vez desde 1945.

A ministra alemã da educação voltou a defender o estudo de Mein Kampf na escolaridade obrigatória alemã.

“Trata-se de um importante instrumento de educação política. Os liceus são o lugar indicado para que, com a ajuda dos professores, seja divulgada esta edição comentada de um livro sobre o qual existem muitos mitos”, argumentou Johanna Wanke.

Já no Brasil, o juiz Alberto Salomão Junior, da 33ª Vara Criminal da Capital, proibiu a comercialização, exposição e divulgação do livro no Rio de Janeiro sob pena de multa de R$ 5 mil, atendendo à ação cautelar ajuizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Aliás, segundo O Globo de hoje, quem proibiu foi a Justiça, o que eu discordo. Dizer que a decisão nada salomônica do juiz Alberto Salomão foi justa é debochar da nossa cara. Sim eu sei que ele agiu em nome da Justiça como instituição, mas O Globo, como sempre, imbuído dos ideais politicamente corretos, resolveu amplificar a coisa.

Gostei da resposta de Luiz Fernando Emediato, editor do “Minha Luta”, a uma autora que se sentiu indignada pela obra ter sido publicada por ele.

Luiz Fernando Emediato: Hitler, Fernando Pessoa e os conselhos de uma amiga

Uma autora de minha editora, a Geração Editorial toma coragem e me dá conselhos. Para ela é uma decisão errada publicar “Minha luta” - mesmo que seja uma edição crítica. Impressionante como um reles livro pode provocar tanta polêmica. Um livro tão “perigoso” quanto a Biblia, o Alcorão, O capital, o Livro Vermelho de Mao, os livros de Che Guevara - cada qual com sua maior ou menor qualidade literária. Tive, em respeito a ela, que responder. Carinhosamente, assim:

“Agradeço seu carinho e preocupação, mas tenho opinião diferente. Pensei muito e discuti muito antes de tomarmos a decisão.

O racismo e o anti-semitismo precederam Hitler. A diferença entre ele e outros é que ele chegou ao Poder, colocou as ideias em prática, avançou mais do que devia, perdeu o controle, foi derrotado e pagou esta derrota com a vida.

Fernando Pessoa era tão racista quanto Hitler. Escreveu coisas horríveis e preconceituosas contra as populações dos trópicos - que segundo ele não sabem pensar por causa do calor -e contra os pretos - que para ele não eram “gente” e podiam ser escravizados.

Hitler queria ser pintor - teve o azar de ser militar, chanceler e genocida.

Fernando Pessoa conseguiu ser poeta. Se tivesse sido militar seria um assassino.

Cada qual com seu destino. Você com o seu, eu com o meu. E cada um paga, por suas decisões, o devido preço. Estou pronto.”


2 comentários:

  1. A ÚNICA maneira de evitar que o Nazismo volte a existir, é fazendo as pessoas conhecê-lo, um livro proibido é sempre um livro desejado, as organizações nazistas que existem atualmente não deixarão de distribuir o livro com edições clandestinas e sem análise crítica.

    Mas o Brasil está nessa situação desastrosa, até o meu livro sofre boicote das livrarias, dizem que é importado e demoram três meses para entregar. Mesmo que fosse importado, três meses é absurdo, eu já comprei livro importado e demorou no máximo um mês. A ignorância tornou-se ideal de vida no Brasil.

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