O Tempo, via Tribuna da Internet
Com uma carga tributária alta e serviços públicos de má
qualidade na maioria das vezes, o cidadão tem motivos para fazer a pergunta:
para onde vai o dinheiro que entregamos ao governo para cuidar de nossa
sociedade? Entre as muitas explicações para tantos custos, há sempre espaço
para se discutir o tamanho da máquina pública. No Congresso, que, segundo
pesquisa Ibope divulgada no último ano, possui a confiança de apenas 17% da
população, o número de funcionários impressiona. Levantamento de O Tempo feito junto
a contratos de terceirizados e listas de pessoal da Câmara e do Senado mostra
que são 28.762 pessoas trabalhando no complexo que inclui as duas Casas e os
prédios onde ficam os apartamentos funcionais de deputados e senadores.
O contingente de funcionários do Congresso é maior que o
número de habitantes de 79% dos municípios brasileiros. Dados sobre a população
residente em 2013 mostram que, das 5.570 cidades que existiam no país naquele
ano, 4.407 possuíam menos de 28,76 mil habitantes. Só 1.163 municípios tinham
mais pessoas morando do que o quadro de funcionários do Parlamento no âmbito
federal.
Em um momento em que o governo destaca a valorização das
esferas de investigação no país, salta aos olhos que o quadro de funcionários
do Congresso represente o dobro do efetivo total da Polícia Federal, que é de
pouco mais de 14 mil servidores, e é responsável por operações de combate a
desvios de recursos da União, como a Lava Jato e a Zelotes, e ao tráfico de
drogas, além da emissão de passaportes e vigilância em fronteiras, portos e
aeroportos. O número também suplanta o efetivo das polícias militares de 22 dos
27 Estados brasileiros e do Distrito Federal.
Com um efetivo menor que o da Câmara, funcionários da
Polícia Federal divulgaram um manifesto pelo fortalecimento da corporação e
pela criação do Fundo Nacional de Combate à Corrupção.
A maioria dos funcionários da Câmara dos Deputados e do
Senado não prestou concurso para atuar no Legislativo. A maior parte desse
contingente trabalha na Câmara. Em dezembro de 2015, eram 3.196 cargos de
servidores efetivos (concursados) ocupados, além de 1.580 atuando em cargos de
natureza especial (que dispensa concurso público) e 10.785 no secretariado
parlamentar (também comissionados, atuando no assessoramento de nossos
deputados). Desses últimos, 10.411 não possuem qualquer vínculo em caráter
efetivo com o serviço público, ou seja, não prestaram concurso.
Soma-se ao contingente de funcionários os 3.103
terceirizados e, claro, os 513 deputados eleitos a cada ano, totalizando 19.177
pessoas em serviço. Não estão inclusas na conta as 1.638 funções comissionadas,
já que elas são ocupadas por servidores efetivos da Casa que recebem
gratificação a mais por função.
No Senado, por sua vez, trabalham 9.585 pessoas, incluindo
os 81 senadores, 2.753 servidores efetivos, outros 3.436 comissionados, 2.777
terceirizados e mais 449 estagiários e 89 menores aprendizes. Também não foi
incluído na conta o conjunto de 427 funções comissionadas, que inflam os
salários dos servidores efetivos.
Além do número de trabalhadores impressionar, os altos
salários de grande parte dos funcionários do Congresso contribuem com um
relevante peso nas despesas pagas pelo contribuinte brasileiro. Na Câmara, por
exemplo, todos os 3.196 cargos efetivos ocupados estão concentrados nos níveis
superior (analistas legislativos) e intermediário (técnicos legislativos). Há
subníveis que geram diferenças salariais, mas 1.444 servidores estão no nível
superior especial, cuja remuneração mensal passa de R$ 26 mil. Outros 365
analistas legislativos têm remunerações variando entre R$ 21,68 mil e R$ 24,49
mil.
Os demais 1.387 efetivos da Câmara são do nível
intermediário. Mas os salários também são expressivos. No caso de 981 técnicos,
a remuneração é de cerca de R$ 20,2 mil. O restante recebe vencimentos entre R$
15,1 mil e R$ 18,1 mil.
Detalhe: o Congresso não possui servidores efetivos no nível
básico, pois terceiriza essa atividade. Câmara e Senado, juntas, as duas Casas
possuem, por exemplo, mais de 500 copeiros e copeiras. A Câmara tem 214
copeiras, 48 garçons, sendo sete só para o gabinete da Presidência e para a
residência oficial, dois encarregados, um auxiliar encarregado, duas
arrumadeiras, um chefe de cozinha e mais dois auxiliares de cozinha. Tudo isso
custa R$ 11,97 milhões por ano.
Tem 66 ascensoristas trabalhando com os 21 elevadores, ao
custo de R$ 3,13 milhões por ano. Na área de limpeza, são 220 pessoas só na
Câmara, a um custo de R$ 9,75 milhões por ano. Em outro contrato, o de
porteiros dos prédios onde ficam os apartamentos funcionais, há, entre outras,
a exigência de que os vidros da portaria sejam lavados todos os dias.
Se produzissem algo, a quantidade não seria o problema.
ResponderExcluir(argento) ... he he he, se pensarmos em um sistema eficiente, a Máfia funciona muito melhor, com apenas "Um Guarda-Livros" ...
ResponderExcluir(argento) ... "Em outro contrato, o de porteiros dos prédios onde ficam os apartamentos funcionais, há, entre outras, a exigência de que os vidros da portaria sejam lavados todos os dias." - he he he, a economia de água é só pra você(nós), trouxa!; cortar gastos nos "serviços" da Corte, nem pensar ...
ResponderExcluir(argento) ... mas não faltará verbas para manter "ChicosCunha" e "Zicas", vírus(parasitas) Imperiais ...
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