Estadão, via Tribuna da Internet
Responsável pelas finanças da campanha da presidente Dilma
Rousseff à reeleição, em 2014, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva,
afirma que os pagamentos ao marqueteiro João Santana investigados pela Operação
Lava Jato não têm relação com a eleição de Dilma.
De acordo com Edinho, Santana não possui mais contratos com
o governo, mas continua atuando como uma espécie de consultor informal, sem
remuneração. O ministro admitiu que o envolvimento de Santana com a Lava Jato
pode prejudicar a tentativa do governo de entrar em uma pauta positiva.
A campanha de Dilma
fez alguma remessa de dinheiro a João Santana no exterior?
De jeito nenhum. Asseguro que qualquer tipo de acusação não
tem nenhum vínculo com a campanha da presidente Dilma. O contrato de geração de
programas de TV e rádio bem como internet foi declarado ao TSE (Tribunal
Superior Eleitoral). A campanha gastou aproximadamente R$ 70 milhões. Não resta
nenhuma dúvida para a campanha que tudo foi feito dentro da legalidade de forma
ética e transparente.
Existe algum contrato
de João Santana com o governo?
Em hipótese alguma. Toda a publicidade oficial do governo é
feita pelas agências contratadas pela Secom. Asseguro que nenhum tipo de
relação tanto da publicidade oficial do governo quanto das intervenções da
presidente Dilma é feita fora das agências contratadas pela Secom ou da EBC.
O senhor tem mantido
algum contato com Santana?
Tenho dialogado com João Santana e sobre algumas questões
relevantes para o país do mesmo jeito que dialogo com outros publicitários para
que a gente possa construir uma política de comunicação ouvindo profissionais
mesmo que eles não tenham relação formal com o governo. Muitos colaboram, entre
eles o João Santana.
Estas colaborações
são remuneradas?
Não. É uma ajuda informal. Da mesma forma que consulto a
opinião dele consulto outros profissionais da área de comunicação do país.
O senhor pode dar
exemplos?
Olimpíada, Zika, CPMF.
Quando foi a última
vez que o senhor teve algum contato com Santana?
Foi na época da campanha sobre a Olimpíada. Consultei ele e
outros profissionais de comunicação.
Estes novos fatos
podem reacender o ânimo da oposição para tentar cassar o mandato da presidente
Dilma?
A oposição tem liberdade para atuar com a concepção que
achar melhor. Mas é uma pena que fiquem todo o tempo afrontando a democracia e
um mandato que foi eleito pela vontade popular. A oposição tem o direito de
fiscalizar e acompanhar os atos d governo mas tentar politizar uma investigação
e tentar fazer dela um instrumento para deslegitimar um mandato é ruim para a
democracia. O poder no Brasil se alterna. A oposição já foi governo, amanhã ela
tem tudo e pode ser novamente governo, isso depende da vontade popular. É ruim
ficar abrindo precedentes e enfraquecendo a democracia ao questionar um mandato
legítimo.
O envolvimento de
João Santana atrapalha o andamento de outras agendas do governo como a
tentativa de retomada do crescimento econômico?
A crise política que muitas vezes é alimentada por setores
que apostam no quanto pior melhor, toda vez que é intensificada ela dificulta a
tomada de decisões no campo econômico, dificulta a aprovação de medidas no
Congresso. Portanto ela acaba dificultando que o Brasil saia da crise. O ideal
seria que a oposição cumpra o seu papel mas que houvesse uma agenda de
interesse nacional deixando a disputa partidária eleitoral em segundo plano.
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Nota de Carlos Newton, da Tribuna: Ao que parece, a
entrevista foi feita por e-mail. Assim, ficou mais fácil para o entrevistado
dizer o que bem entende. Edinho Silva é ministro da Comunicação, mas nada
entende disso. Da mesma forma, foi responsável pelas finanças da campanha de
Dilma e nada sabe a respeito. Diz que a campanha custou R$ 70 milhões, mas o
site do TSE, segundo a Folha, mostra que só a empresa de João Santana levou R$
88,9 milhões. Os números não batem. O pior é querer enganar que o marqueteiro
trabalhava de graça como consultor de Dilma & Cia. Santana é um argentário,
que acabou na cadeia por querer acrescentar à sua fortuna alguns milhões que
não representavam quase nada. Um homem desse tipo não trabalha de graça nem
para a própria mãe. Aqui na Tribuna da Internet cansamos de perguntar quem
pagava a Santana. Agora, enfim sabemos. (C.N.)
(argento) ... mó barato!, então acredito que o marqueteiro trabalhou e trabalha, "di grátis", para o guverno por patriotismo. Agora só falta explicar de onde vem o dinheiro, né não?
ResponderExcluirQuem trabalho de graça para o governo é o contribuinte e faz por não ter escolha. Mas eu tenho especial curiosidade em saber como o João Santana fazia para trabalhar de graça para o governo. Será que ele acordava, sentia vontade de trabalhar para o governo e ia até o Palácio do Planalto trabalhar?
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