Paulo Rabello de Castro no Estadão
Despertam curiosidade popular as listas de bilionários.
Gente que se deu bem, pelos muitos milhões que amealhou no caminho da vida,
quer por talento excepcional no esporte, nas artes, nos negócios, nas ciências
(aqui, raramente), ou por pura esperteza e, no limite, por banditismo em nível
corporativo, como são exemplos “El Chapo” e seu mestre, Pablo Escobar. Santos
ou pecadores, são indivíduos fazedores, com grande poder de realização e
liderança. O ponto comum entre todos é a enorme capacidade de criar e acumular
ativos. São “realizadores”, para o bem ou para o mal.
Pouco se ouve falar, contudo, de outra lista, semelhante à
primeira, só que com sinal trocado. Em vez de serem acumuladores de ativos, há
também os acumuladores de passivos – referência aos indivíduos produtores de
guerras, de moléstias ou, simplesmente, detonadores de riqueza, aqueles capazes
de agir só para erodir, derrubar, solapar e deletar a riqueza e a capacidade de
crescer de uma empresa, comunidade ou país. Alguns desses seres especiais têm
custado caro à humanidade inteira. Outros, ao seu próprio país.
Em recente artigo, Monica de Bolle levantou a pergunta
incômoda, mas necessária: quanto nos custou Dilma? E deu números ao debate: “…
o Brasil perdeu R$ 300 bilhões de renda e de riqueza nos últimos quatro anos…”.
Economistas podem fazer essa conta de “prejuízo bruto” de várias maneiras,
todas válidas. Monica optou por olhar pelo lado da poupança, parcialmente
destruída no período Dilma Rousseff. A poupança de famílias e empresas teria recuado
– como ocorreu de fato – do patamar de 20% para 15% de um produto interno bruto
(PIB) anual de cerca de R$ 6 trilhões. Perdemos, assim, cinco pontos
porcentuais do PIB. Daí a conta de uma dilapidação de riqueza da ordem de 5% de
R$ 6 trilhões, igual a R$ 300 bilhões. Será mesmo?
Estou disposto a colocar Dilma no Livro Guinness dos
Recordes. Acho que Monica fez cálculo conservador da contribuição da nossa
presidente para a destruição da riqueza nacional. Dilma seria a senhora de um trilhão
de reais! Negativos, é verdade, mas ninguém pode ameaçar-lhe o troféu. E por
que um trilhão?
Pensem no quanto o Brasil teria crescido, a mais, se Dilma
não tivesse feito nada (grande contribuição já seria!). A poupança referida por
Monica ficaria nos 20% desde 2011, acarretando correspondentes investimentos,
palavra-chave sem a qual não criamos riqueza nova alguma. Com 20% do PIB
aplicado em investimentos (quem se lembra do PAC?) o país teria exibido um
crescimento mais próximo do seu potencial, com ou sem a tal “crise mundial”.
O “potencial” do PIB é conceito usado pelos economistas para
calcular quanto um país é capaz de fazer, ano a ano. No Brasil, tal potencial
já foi de 7% ao ano (que saudade!); caiu para 5% no fim dos anos 70, depois
para 3% nas décadas perdidas de 80 e 90; ameaçou pequena melhora para 3,5% com
o milagreiro Lula e, finalmente, recuou para 2,5% na era Dilma. Se ela nada
houvesse feito para atrapalhar, ainda assim o país do juro alto e da carga
tributária de manicômio poderia ter crescido uns 2,5% ao ano.
Dilma conseguiu, no entanto, perpetrar um estrago sobre o
qual falarão para sempre nossos livros de História. Estimando as perdas de PIB,
ano a ano, desde que Dilma se aboletou na cadeira presidencial, e supondo que a
ela seja concedido completar a façanha, teremos esbanjado uns 15% do PIB ao
longo do octênio dilmista, que, em valores de hoje, correspondem à estonteante
marca de um trilhão de reais!
Mas tem gente querendo impedir Dilma de atingir seu recorde.
Quanta maldade!
Outra maneira de garantir o recorde é pelo método da
acumulação de passivos. É aquela roubada coletiva que ocorre quando metem a mão
grande no nosso bolso enquanto cantamos marchinhas carnavalescas sem ira nem
birra. É preciso, às vezes, um rio inteiro de lama – no sentido literal – para
despertar o raquítico instinto de interesse coletivo do nosso povo. Acumulação
de prejuízos, entretanto, não figura no Direito brasileiro como
responsabilidade direta de um mau gestor público. A imputação se atém a atos
administrativos, como apontados no “Relatório Nardes” sobre as pedaladas de R$
40 bilhões, que Dilma se apressou a “pagar”.
Mas pagar o quê, se a perda de riqueza permaneceu, como bem
mostrou Monica?
A omissão do dever de bem administrar gerou acumulação de passivos
também pelo lado financeiro, pelos juros anormais que o Brasil vem pagando, e
que pagará, pelo despautério da gestão dilmista – outro modo de se chegar ao
mesmo trilhão de reais.
Foi o governo que nos avisou, na semana passada, quanto
custou o encargo de rolar a dívida pública de R$ 3,9 trilhões: a bagatela de R$
502 bilhões, apenas em 2015, entre juros e prejuízos de câmbio, os famigerados
swaps inventados para segurar o câmbio antes do pleito de 2014. Este ano, mesmo
com o Banco Central mantendo a taxa Selic onde está, a absurda conta do juro
deve se repetir. Então, pelo lado do custo financeiro, Dilma também é a senhora
de um trilhão de reais.
Os encargos dantescos elevaram a dívida pública de 51% do
PIB, em 2011, para 66% ao final do ano passado. Bingo! São 15 pontos
porcentuais do PIB acrescidos ao nosso passivo financeiro, portanto, mais um
trilhão de reais acumulado à dívida dos brasileiros, pedágio ruinoso que todos
pagamos para o mercado continuar “confiando” nas autoridades econômicas.
Um trilhão, essa é a conta. Juros a mais, PIB a menos,
empregos eliminados, capital evaporado, confiança desfeita, futuro destroçado.
Para tal crime, espantosamente, não parece haver remédio legal em nosso Direito
positivo. Por isso a década “esbanjada” será concluída com êxito! Ninguém,
afinal, conseguirá roubar essa Olimpíada de Dilma.
(argento) ... ao QUÊ devemos atribuir nosso atual estágio Sócio-Político-Econõmico? - é só Incompetência Gerencial?. Às respostas, as Militâncias ...
ResponderExcluir(argento) ... pelo visto, não há respostas diretas para uma pergunta simples e direta ...
Excluir(argento) ... em outras palavras: as Militâncias conscientes de que são militância e as Militâncias Inconscientes de que também são militâncias, perderam a capacidade da Observação dos Fatos, deixando-se levar pelo que Pregam seus (pseudo) "líderes" - não respondem, apenas tergiversam ... (não importa a realidade ou a verdade; para determinados grupos dominantes, é mais importante o que QUEREM que a Massa Creia)
Excluir(argento) ... onde se lê a Massa, entenda-se AS MASSAS.
Excluir(argento) ... hehehe, parece que o "estatuto" das Facas produziu resultado positivo ...
ExcluirQue tal incluir nessa conta aquilo que o Brasil DEIXOU de ganhar?
ResponderExcluir(argento) ... já tá incluído, Milton, eu só quero ouvir as Militâncias Partidárias de plantão, já que a PolitiCanalha todinha está em campanha eleitoreira BraZiu afora ...
Excluir(argento) ... segundo notícias, comércio fecha 100 mil lojas no BraZiuVaroniu e me passa na mente torta uma visão dantesca de um Monstro Marinho emergindo da Baía de Guanabara, com a boca escancarada de um "Jacaré Megatério", cheia de dentes, na Praça Mauá, no RioMaraviha -aquele Museu do Futuro- prontin pra engolir a tudo e a todos ...
ResponderExcluirInclua-se o pedido de falência da Dako e da Continental, ambas pertencentes ao grupo Mabe, mas não esqueça de mencionar que, pela primeira vez na "istoriadestepaiz", mineradoras e siderúrgicas estão em dificuldades financeiras.
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