terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Marco Antônio Cabral, o próximo do clã a ir para o xilindró

Ainda com 23 anos ao se candidatar a deputado federal,
Marco declarou à Justiça Federal ter R$ 360 mil em bens
Marco era secretário de Esportes no governo Pezão e foi exonerado para recuperar o foro privilegiado no Supremo.

Italo Nogueira - Folha

O empresário Francisco de Assis Neto, preso na sexta-feira (3), vinculou o dinheiro vivo entregue no escritório de sua empresa à campanha do deputado Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso desde novembro. O repasse de dinheiro em espécie à sala da Corcovado Comunicação foi relatado pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar em delação premiada ao Ministério Público Federal sobre o esquema de propina do ex-governador. De acordo com planilha entregue pelos dois, a empresa de Kiko, como o empresário é chamado, foi o destino de R$ 7,7 milhões em dinheiro em 2014.

Kiko afirmou, contudo, que não recebeu a quantia. Ele disse que o endereço fornecido pelos delatores foi uma sala de sua empresa cedida de graça para a campanha de Marco Antônio. No local, trabalhava uma publicitária funcionária da Corcovado identificada apenas como Danielle, mesmo nome que consta na tabela dos doleiros (“Dani”).

O empresário, subsecretário de Eventos na gestão Cabral entre 2007 e 2013, disse que não presenciou a entrega de dinheiro, mas afirma que “Dani” “lhe relatou que recebia valores para honrar os compromissos de campanha” do então candidato. Ele disse não saber o total repassado desta forma.

Os R$ 7,7 milhões descritos pelos delatores supera inclusive o valor declarado por Marco Antônio Cabral ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) como gasto total de sua campanha (R$ 6,8 milhões). A Corcovado Comunicação também não aparece como fornecedora da candidatura. Procurado, a assessoria do deputado não se manifestou até a publicação desta nota.

Kiko, que também trabalhou na campanha do filho do ex-governador, disse que era o responsável por levantar os gastos de campanha. Ele afirmou à Polícia Federal que Cabral lhe orientou a repassar os pedidos de dinheiro para Carlos Emanuel Miranda, apontado como operador financeiro do peemedebista. Os doleiros afirmam também que ele era o principal responsável por indicar o destino do dinheiro à disposição do ex-governador e gerenciado pelos irmãos.

O empresário declarou também que, em alguns momentos, Luiz Carlos Bezerra, outro assessor apontado como operador de Cabral, era enviado para discutir as necessidades financeiras da campanha.

Kiko afirmou que chegou a receber “algo em torno de R$ 300 mil a R$ 400 mil” em dinheiro na pré-campanha, em março, quando organizava o galpão que seria usado como comitê da candidatura de Marco Antônio.

Assis Neto se entregou à PF na última sexta após mais de uma semana foragido. Ele estava nos Estados Unidos em férias com a família quando a Operação Eficiência, que prendeu o empresário Eike Batista, foi deflagrada.

2 comentários:

  1. (agento - povo que aceita votar compulsoriamente não é vítima. É Cúmplice!) ... lobão!, se vai pro xilindró ou não, talvez não seja tão importante quanto a última decisão do TSE ao cassar a chapa Pezão/Dorneles, aqui no RioMaravilha ...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. (argento - burro que aceita Canga merece a chibata) ... onde se leu TSE, leia-se TRE

      Excluir