O Globo
Desde que o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado
(TCE) Jonas Lopes de Carvalho Filho foi levado, no dia 13 de dezembro, sob
condução coercitiva, à Polícia Federal, um amigo dele tenta encontrá-lo. Depois
de telefonar inutilmente, apelou à irmã do conselheiro, Roseli Pessanha. Dias
depois, conseguiu se reunir com o filho do ex-presidente, o advogado Jonas
Neto, também conduzido à PF. E finalmente faz o apelo pretendido: “Por favor,
peça ao seu pai que faça a delação enquanto é tempo”.
Jonas saiu de circulação há pelo menos seis semanas. No dia
28 de dezembro, a imprensa noticiou que ele havia pedido licença de três meses.
Na edição de domingo do Globo, o colunista Lauro Jardim informou que o
ex-presidente e o filho estão em pleno processo de delação premiada. De acordo
com o colunista, ele já teria denunciado o presidente da Assembleia
Legislativa, deputado Jorge Picciani, e cinco dos outros seis conselheiros do
TCE. O Ministério Público Federal, como de praxe, não confirma o acordo.
As investigações envolvendo o TCE estão sendo conduzidas
pelo subprocurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, com a
colaboração da força-tarefa da Operação Calicute no Rio. O inquérito foi aberto
com base na delação de dois ex-executivos da Andrade Gutierrez, Clóvis Renato
Primo e Rogério Nora de Sá. Eles contaram que, para não ter problemas na
aprovação dos contratos de obras e aditivos no TCE, pagaram propina no valor de
1% do dinheiro repassado à empreiteira.
Jonas é considerado, potencialmente, um delator forte. Além
de presidir o TCE de 2011 a 2016, pegando o auge das obras que prepararam o Rio
para a Copa do Mundo de Futebol e para os Jogos Olímpicos, o ex-presidente
também conduzia o processo de fiscalização das contas das prefeituras
fluminenses (à exceção da capital) e das autarquias estaduais. Uma das linhas
de investigação explorava os contratos do escritório de Jonas Neto, filho do
conselheiro e suspeito de operar a propina, com empreiteiras que prestam
serviços aos municípios fluminenses.
De acordo com as delações, Jonas se valia de um ex-assessor
do TCE Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, para fazer a coleta da
propina e lavá-la em seguida. Os delatores da Andrade Gutierrez contaram que a
propina de 1% para o TCE foi acertada com o então secretário de Governo de
Sérgio Cabral, Wilson Carlos, que está preso.
No depoimento, Clóvis Primo citou o nome do conselheiro José
Maurício Nolasco. Até então, o esquema de corrupção no tribunal seria
desorganizado, obrigando as empresas interessadas a negociarem diretamente com
os conselheiros. Wilson Carlos teria organizado o fluxo de recursos,
determinando que a propina fosse entregue diretamente ao presidente, que
cuidaria da partilha, encerrando assim as negociações isoladas, nas quais todos
ficavam mais expostos.
(argento - eleitor em Greve) ... nunca esquecer: Picciani foi eleito! - "se não sabe em quem votar, nem saia de casa! - eleitor que aceita a canga merece a chibata ...
ResponderExcluir(argento - eleitor em Greve) ...lição pragmatica: "não importa se sou um ladrão; tudo o que não quero e não me interessa é um ladrão, na pollítica, pra me roubar - eleitor que aceita a canga merece a chibata ...
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