Álvaro Dias, denunciado por ter sido beneficiado com dinheiro desviado dos cofres públicos, também viajou em jatinho do doleiro Youssef. E agora?

Pois é. Instigado por blogs governistas, fui buscar na Folha,(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0403200125.htm), lá nos idos de 2001, e acabei encontrando o que não queria, mas como nunca me agradou ser tolerante com qualquer político envolvido com desvio de dinheiro público, seja ele quem for e venha de onde vier, lá vai bala, ressaltando que a notícia é verdadeira e não encontrei indícios de que o caso tenha algum parecer oficial da Justiça, se foi arquivado ou se Alvaro prestou algum depoimento oficial.

Pelo que me consta, Alvaro também nunca se manifestou sobre as acusações. Deve explicações. Será que as tem?

Desvio de verba envolve mais de 130 pessoas

São Paulo, domingo, 04 de março de 2001

Ronaldo Soares da Agência Folha, em Maringá

Os desvios de verbas na Prefeitura de Maringá (norte do PR) revelam um esquema de corrupção cujo alcance se estende por pelo menos 11 Estados e envolvem mais de 130 pessoas, segundo as investigações preliminares da Procuradoria de Defesa do Patrimônio Público do município.

O rastreamento das contas já detectou cerca de 10 mil cheques para fins supostamente ilegais emitidos somente na gestão do prefeito Jairo Gianoto (sem partido, ex-PSDB), entre 1997 e 2000.

Alguns dos nomes sob investigação haviam sido revelados em depoimento prestado à Justiça Federal pelo ex-secretário da Fazenda de Maringá Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção, que está preso e é acusado de desviar R$ 54 milhões. No depoimento, ele afirmou que campanhas de políticos do Paraná como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB) foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.

Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.

“O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (...) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.