sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Enquanto o mundo se mobiliza contra o terror islâmico, jornalistas estatizados pelo governo lulopetista envergonham o Brasil com a reedição do espetáculo do cinismo

Augusto Nunes

O tom burocrático da nota divulgada pela presidente Dilma Rousseff escancara a inexistência de indignação real. Decididamente, o governo brasileiro não enxerga ─ ou não quer enxergar, o que dá no mesmo ─ as reais dimensões da carnificina que dizimou a redação do semanário Charlie Hebdo. Foi uma das mais chocantes operações terroristas registradas num planeta que ainda convalesce do 11 de Setembro de 2001. Foi a mais insolente ação do gênero ocorrida na França desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Foi o mais selvagem ataque à liberdade de expressão desde a invenção da imprensa.  Foi a prova definitiva de que os adoradores de Maomé decidiram revogar a bala tanto fronteiras geográficas quanto limites impostos por leis e valores que alicerçam a civilização ocidental.

Enquanto a onda de indignação nascida na Paris ensanguentada por fanáticos islâmicos se espalhava pelo mundo, entidades que deveriam defender o jornalismo e a preservação de direitos sem os quais tal profissão é só mais uma fraude voltaram a envergonhar o Brasil que presta com a reedição do espetáculo do cinismo. Alguns sindicatos optaram pelo silêncio, como se as rajadas de balas fossem uma retomada extemporânea do foguetório que saudou a virada do ano. Os espertalhões de sempre  prolongaram os lamentos pela presença entre os mortos de cartunistas famosos, como Wolinski, para forjar desde já o álibi: cobrados, alegarão que só não se assombraram com o atrevimento dos matadores por falta de espaço.

Dois ou três comunicados até ousaram enxergar um atentado ao direito de expressâo, mas trataram os liberticidas patológicos com a brandura recomendada a companheiros de luta contra o imperialismo ianque. Na visão caolha do governo e dos seus sabujos fantasiados de dirigentes sindicais ou blogueiros progressistas, qualquer país, partido ou bando que se oponha aos Estados Unidos merece o tratamento de amigo de infância. Foi assim com os aiatolás atômicos, com o doido de pedra Muammar Khadaff, louvado por Lula como “irmão e líder” enquanto arrrastava a Líbia de volta ao tempo das cavernas. É assim com genocidas africanos, com tiranetes cucarachas e até com o Estado Islâmico, um viveiro de degoladores que Dilma Rousseff acha possível regenerar com meia dúzia de diálogos amáveis e muito carinho. É natural que seja assim com os psicopatas a serviço do Islã.

No universo dos países democráticos, os jornalistas brasileiros a serviço do lulopetismo são os únicos que lutam pelo extermínio da liberdade de imprensa e pela implantação da censura, escondida sob codinomes bisonhos como “controle social da mídia”, “regulação dos meios de comunicação” ou  “democratização da mídia”. Seja qual for o disfarce, o que esses incapazes capazes de tudo buscam é algum atalho que encurte a distância que os separa do poder perpétuo e absoluto. Eles sabem que a materialização desse sonho abjeto passa pela eliminação do jornalismo independente. No paraíso imaginado por intolerantes de todos os sotaques, prisioneiros voluntários de velharias ideológicas ou religiosas, não há lugar para quem ama a verdade acima de todas as coisas.

Para obter o mesmo resultado que o PT persegue cavalgando a censura com codinome, e aplaudindo a milícia que tentaram invadir o prédio da Editora Abril, os soldados de Maomé usaram armas pesadas. Tudo somado, a diferença entre a companheirada e os matadores de cartunistas é que os celebrantes de missa negra não aceitam ser recompensados depois da chegada ao paraíso com a posse de uma das 11 mil virgens. Os devotos de Lula preferem receber o pagamento neste mundo e o quanto antes. De preferência, em dinheiro vivo.

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