terça-feira, 1 de julho de 2014

Um livro surpreendente, apesar do título

Alguém, que não seja leitor exclusivo das revistas Contigo e Capricho, compraria um livro chamado “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?”?

Pois é, esse livro caiu em minhas mãos porque sou um emérito fuçador de lixo. Isso mesmo, lixo. Outro dia, voltando da praia e aproveitando para fazer um exerciciozinho subindo as escadas de serviço do meu prédio, dei de cara com uma pilha de livros e revistas postos no corredor para irem para o lixo. Como eu tenho verdadeiro ódio de ver livros jogados fora, tratei de levá-los para casa, nem que fosse para dar um fim condigno a eles - para desespero da minha mulher, que pena com essas minhas manias.

E não é que para meu espanto e alegria havia uns dez livros “aproveitáveis” e que eu não havia lido ainda, incluindo uma relíquia sobre a obra de Camões? Havia Verissimo, Marcelo Rubens Paiva, Suassuna, Guilherme Figueiredo... Maravilha! Separei os que me interessavam e doei os outros a um bazar de caridade que existe aqui perto. Só que antes de doar o tal “Por que os homens(...)”, resolvi dar uma olhada para ver do que se tratava, afinal, para quem já leu Paulo Coelho, qualquer merda é livro.

Ao abrir a primeira página notei que a editora Sextante fez uma sacanagem. O livro em sua versão original chama-se “Why Men Don’'t Listen and Women Can’t Read Maps” - de Allan Pease e Barbara Pease -, algo como “por que homens não prestam atenção e mulheres não conseguem ler mapas”. Bem diferente de sexo e amor, não é mesmo?

Notei também que o livro estava “virgem”, sem sinais de leituras anteriores. Bom, pensei, quem lê Camões, obviamente não vai ler uma porcaria dessas. Mesmo assim prossegui a leitura e, para meu espanto, quando fui me dar conta estava na página 50! O livro é uma coletânea de pesquisas científicas sobre neurologia, antropologia, sociologia e psicologia, explicadas de maneira absolutamente concatenada, a respeito das diferenças do comportamento de homens e mulheres, desde a Idade da Pedra. E tem um “pique” muito bom.

Ontem, li até a página cem, sem que o livro perdesse seu ritmo de revelações interessantíssimas e surpreendentes, tanto que algumas me obrigaram a dar uma “googleada” para certificar sua veracidade.

Não sei se os donos da editora Sextante ficaram felizes ao dar esse título apelativo ao livro - já que foram vendidas 300 mil cópias - porque quem procura por uma razão no nível da revista Contigo para homens fazerem sexo e mulheres amor, não vai conseguir passar da página dez e quem procura por um assunto tão interessante não vai comprar o livro por causa do título “contigueano”. Enfim, atiraram no que viram e mataram o que não viram.

5 comentários:

  1. Que bela surpresa. Que bom quando algo inesperado bom acontece.

    Eu li: Men Are from Mars, Women Are from Venus
    by John Gray, porque foi o único livro em inglês que achei no aeroporto de Paris na dedada de 90.
    Nunca tinha me interessado por este livro que realmente fez sucesso na Europa, foi uma grata surpresa, ajudou-me suportar as horas de espera e acabei concordando com muitas coisas.

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  2. Hoje fiquei conhecendo o "Galo Paquito" "torcedor do Fluminense".A tv estatal sueca fez uma reportagem sobre a dona do Paquito.
    Lembrei do Ricardo, sei que é torcedor do Fluminense.
    Eu não conhecia o belo Paquito e as suas roupas parecidas fomos "drag queens"
    Tadinho do galinha, o habitat dele é no terreiro cuidando das galinhas e não no estádio. Enfim ...

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    1. Eu não conheço o "Galo Paquito", ma s você se lembrar de mim por sr Flu, tudo bem, mas drag queen é dose!

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    2. Eu só associei o Flu com voce, as roupinhas do Paquito é que são parecidas com as roupas de um drag queen.
      A dona do galo se veste de Carmem Miranda e outras fantasias e veste o tadinho do galo como se fosse um drag queen ou um Clovis Bornay.
      Agora vou dormir, o jogo terminou não faz tempo.
      Pena que os USA perderam.
      Que bom que a Belgica ganhou.
      Eu gostaria que os USA fossem para frente, adoro o pragmatismo que eles tem, não se entregam nunca, nunca. Não vi ninguém se jogando ou fazendo fita.

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  3. Não por que razão os brasileiros gostam de "inovar" os títulos dos livros e filmes. A Comédia virou Divina Comédia e Agulha no Palheiro virou Semeador no Campo de Centeio.

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