sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Pitonisa frustrada

Se eu tivesse que sobreviver como pitonisa, morreria de fome. Vejam só o e-mail que mandei em 2005 para os então deputados federais José Genoíno, Arlindo Chinaglia e Paulo Rocha:

         Exmos. Srs. Deputados José Genoíno, Arlindo Chinaglia e Paulo Rocha, respectivamente presidente do PT, líder do governo e líder do PT:

            Sei que é difícil governar sem alianças que proporcionem uma certa tranqüilidade no Congresso, mas para tudo há um limite. Sei também que os 47 deputados federais e os 3 senadores do PTB fazem falta na hora do apoio, mas tentar encobrir crimes confessados publicamente pelo Sr. Mauricio Marinho, ao votar contra a CPI dos Correios, dá a entender que o governo é refém de uma falcatrua ou então conivente com ela, sendo ambas, opções gravíssimas: uma denota fraqueza e a outra corrupção.

            V. Exas. estão confundindo imunidade parlamentar –  que já é um absurdo – com impunidade pra lamentar quando tentam de todas as maneiras proteger vosso “parceiro” Roberto Jefferson, useiro e vezeiro freqüentador de maracutaias mal explicadas (INSS, IRB, Correios, etc.). Essa redoma criada em torno do deputado inclui até uma vergonhosa distribuição de verbas aos aliados anunciada pelo ministro Palocci. Será que isso não vos sabe a suborno? E com o meu dinheiro?

            Tenho certeza que V. Exas. não desconhecem que a maioria esmagadora dos seus eleitores quer essa CPI. Será que não se dão conta de que fariam muito mais bonito para seu eleitorado se a apoiassem?

            Vossa atitude reforça ainda mais minha certeza que, cada vez mais, os políticos se afastam de quem os elege e sustenta. Nós, os contribuintes e eleitores, devemos ser péssimos patrões, pois escolhemos péssimos empregados, mas estamos melhorando e aprendendo a cobrar dignidade e decência de quem deveria dar o exemplo mas não o faz. Normalmente os patrões costumam demitir os maus empregados, mas como isso é difícil devido ao vosso corporativismo, eu aguardo com ansiedade o resultado das próximas eleições. O brasileiro é paciente mas não é burro.

            Grato

            Ricardo Froes


Além da ausência de poderes divinatórios - todos sabem os resultados das eleições de 2006 -, a coerência também me falta: o brasileiro é burro sim, e muito!

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