terça-feira, 4 de junho de 2013

Fellini em terras tupiniquins seria medíocre

Um queria entrar com arco e flecha, outros entraram de cocar e outros ainda sem camisa, com o corpo pichado com dizeres em língua de branco e as cuecas de grife aparecendo acima do cós das calças. Isso tudo em pleno Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em mais uma reunião improdutiva para se tentar um acordo entre proprietários de terra e índios invasores.

Se vivesse no Brasil, Federico Fellini não teria a menor importância: tudo que ele fez no cinema é feito aqui, ao vivo e a cores. Seu surrealismo seria obra de criança se comparado à nossa realidade.

Lembro de um episódio ocorrido há muito tempo, quando Antonio Carlos Magalhães era presidente da Câmara e barrou a entrada em plenário do indefectível Abdias Nascimento que trajava uma vistosa bata africana e de nada adiantaram os argumentos do “ativista social” e então deputado, dizendo que aquele era o traje do seu povo. ACM foi irredutível: “O Senhor está no Congresso do Brasil e aqui há normas, de mais a mais o senhor é brasileiro e não africano”.

Falta gente hoje que ponha ordem no galinheiro gigante em que se transformou o Brasil. Isso só para começar, porque muito mais grave é a condescendência com que esse governo trata a questão desses marginais travestidos que já somam 55 conflitos simultâneos país a dentro sem que ninguém tome uma providência.

Vejam, no vídeo, como os índios se comprometem, diante do Conselho Nacional de Justiça, de desembargadores, de representantes dos índios e dos produtores rurais, a não invadir fazendas nos próximos 15 dias.

No entanto, horas depois invadiram outra fazenda, quebrando a palavra empenhada diante das autoridades. Os índios, incitados pelo CIMI, Conselho Indigenista Missionário, sob a vista grossa da Funai, não querem cumprir a lei. Querem estar acima dela. Querem tomar propriedades legítimas. Querem o conflito.

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