Da Folha:
Alunos de graduação beneficiários de políticas de ações
afirmativas, como cotas e bônus, têm apresentado desempenho acadêmico pior que
os demais estudantes nas universidades públicas do país, mostram estudos
recentes.
As pesquisas também concluem que a diferença de notas
perdura até o fim dos cursos e costuma ser maior em carreiras de ciências
exatas.
Universitários que ingressaram em instituições públicas federais
por meio de ação afirmativa tiraram, em média, nota 9,3% menor que a dos demais
na prova de conhecimentos específicos do Enade (Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes), que avalia cursos superiores no país.
No caso das universidades estaduais, cotistas e
beneficiários de bônus tiveram nota, em média, 10% menor.
Os dados fazem parte de estudo recente dos pesquisadores
Fábio Waltenberg e Márcia de Carvalho, da Universidade Federal Fluminense, com
base no Enade de 2008, que pela primeira vez identificou alunos que ingressaram
por políticas de ação afirmativa.
Foram analisados os desempenhos de 167.704 alunos que
estavam concluindo a graduação nos 13 cursos avaliados em 2008, como ciências
sociais, engenharia, filosofia, história e matemática.
"Encontramos diferenças razoáveis. Não são
catastróficas como previam alguns críticos das ações afirmativas, mas é
importante registrar que existe uma diferença para não tapar o sol com a
peneira", diz Waltenberg.
Para ele, o desnível atual é um preço baixo a se pagar pela
maior inclusão. Mas ele ressalta que, com a ampliação da política de cotas (que
atingirão 50% das vagas das federais até 2016), é possível que o hiato entre as
notas se amplie.
EVASÃO MENOR
Pesquisa recente feita pelo economista Alvaro Mendes Junior,
professor da Universidade Cândido Mendes, sobre o resultado de ações
afirmativas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro revela que o nível de
evasão entre os cotistas na universidade é menor do que entre outros
estudantes.
Mas os dados levantados por ele --que acompanhou o progresso
de alunos que ingressaram em 2005 em 43 carreiras-- confirmam as disparidades
de desempenho.
O coeficiente de rendimento (média das notas) de alunos não
beneficiários de ações afirmativas que se formaram até 2012 foi, em média,
8,5%, maior do que o dos cotistas. Em carreiras como ciência da computação e
física essa diferença salta para, respectivamente, 43,2% e 73,2%.
a turma a favor das cotinhas comemoraram cedo demais. Isso aí é só o inicio, tendo em vista que os cursos ficam cada vez mais difíceis. Antes turmas que fechavam o curso com 80%, vao acabar com 50 ou 40%. Ah é, isso porque as cotas sao apenas 12,5% por enquanto, esse ano já passa pra 25%.
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